Não há como explicar o que é agronegócio sem falar da importância desse segmento para o nosso país.
Aliás, para o mundo todo.
Isso porque o Brasil é o quarto maior produtor de alimentos do globo.
Em 2017, inclusive, os números bateram recordes.
Foi produzida uma safra de 242 milhões de toneladas, o que representou 30,3% de aumento em relação ao ano anterior.
São números que impressionam, não é mesmo?
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), nos últimos 25 anos, a área de plantio brasileira cresceu 53%.
Além disso, houve um aumento de 260% da produção e de 135% da produtividade.
Tudo isso só reafirma que o agronegócio é uma área de grandes oportunidades no Brasil.
E é por essa razão que construímos este artigo.
A partir de agora, vamos explicar o que é e como funciona o agronegócio, quais são as suas principais características, os produtos e setores envolvidos.
Porque agronegócio não é apenas agricultura, como se poderia supor.
Vamos descobrir tudo sobre o assunto?
Então, continue a leitura!
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O que é agronegócio?
Também chamado de agribusiness, o agronegócio representa toda a cadeia produtiva econômica relacionada ao comércio e produção de produtos agrícolas.
Ou seja, fazem parte do agronegócio, empresas e profissionais dos mais diversos perfis.
Entre eles, estão:
- Empresas agrícolas
- Desenvolvedores de sementes para plantio
- Fabricantes de sucos
- Fabricantes de defensivos
- Fabricantes de fertilizantes
- Fabricantes de máquinas
- Moinhos
- Frigoríficos
- Distribuidores
- Atacadistas
- Exportadores
- Produtores rurais
- Pecuaristas.
Só por essa lista, já dá para perceber que estamos falando de um mercado enorme.
E isso vale inclusive para o Brasil, como ainda veremos ao longo deste artigo.
Além da extensa cadeia agropecuária, que envolve pequenos e grandes produtores, além de fornecedores diversos, o setor se relaciona diretamente com outros segmentos da economia, de forma direta ou indireta.
Um exemplo é a indústria farmacêutica, que atua no desenvolvimento de vacinas que podem ser utilizadas na pecuária.
Ou ainda a indústria automotiva, que fabrica os maquinários necessários para o plantio, como tratores, semeadoras e colheitadeiras.
Portanto, podemos dizer que, quando falamos em agronegócio, não estamos nos referimos a uma atividade que é puramente rural, mas predominantemente rural.
Quais as principais características do agronegócio?

No Brasil, o agronegócio possui grande importância, principalmente por causa das características climáticas e de solo.
Significa dizer que somos um país propício ao desenvolvimento da agropecuária.
Além disso, as especificidades do sistema implantado no país beneficiam o setor, o que faz com que ele seja um dos principais segmentos de mercado.
Isso se dá, em grande parte, devido a três características fundamentais das matérias-primas do agronegócio.
São elas:
- Sazonalidade: período em que cada cultura está melhor adaptada para se desenvolver em uma determinada região, o que permite uma menor exigência de insumos
- Perecibilidade: via de regra, os produtos agrícolas são perecíveis, principalmente quando falamos de frutas e verduras
- Heterogeneidade: há grande diversidade de produtos e insumos que são plantados e produzidos pelo agronegócio, a exemplo de frutas, hortaliças, algodão, borracha, carnes, cereais, ovos, flores, açúcar e até madeira.
Mais do que essas três características principais, alguns outros pontos principais marcam o segmento no Brasil e o diferenciam de outros fortes concorrentes (para o bem e para o mal).
Veja quais são:
- Disponibilidade de área para cultivo
- Ambiente favorável para o plantio
- Clima instável, com má distribuição de chuvas e períodos de seca e estiagem
- Complexidade logística e de distribuição
- Empresas familiares, que passam de pais para filhos
- Mercado produtor voltado para a exportação da produção interna
- Avanço tecnológico, principalmente com o desenvolvimento da agricultura de precisão
- Mercado dominado por empresas grandes, que concentram a maior parte da demanda.
Quais são os produtos do agronegócio?
Engana-se quem acredita que os produtos do agronegócio são apenas alimentos, como soja, café, laranja, milho, carne, entre outros.
Sim, eles representam uma importante fatia dentre tudo aquilo que é produzido pela cadeia agropecuária no Brasil.
Mas os produtos do setor vão muito além disso, passando por insumos para a confecção de calçados e vestuários, até o desenvolvimento de novas tecnologias e pesquisas para o aprimoramento de técnicas agrícolas.
Conheça a seguir quais são os principais componentes dessa cadeia:
- Alimentos: são os produtos que envolvem toda a cadeia de produção alimentícia, como frutas, verduras, legumes, laticínios e cereais
- Biocombustíveis: são os combustíveis orgânicos produzidos por meio de plantas, como a cana de açúcar
- Têxtil: produtos advindos de matérias-primas diversas, de origem animal, como o algodão, o linho e a lã. Esses insumos são utilizados para produzir roupas, artigos de cama, mesa e banho e bens de decoração, entre outros itens
- Madeira ou produtos florestais: o cultivo de árvores fornece a madeira e a celulose para a produção de produtos químicos, além de insumos para a indústria moveleira, a construção civil e a produção de papel
- Fumo: cultivo de insumos, como plantas e folhas, se destinam à produção de tabaco para a indústria tabagista
- Pesquisa e desenvolvimento: engloba a produção de novas técnicas agrícolas e pecuárias, realização de pesquisa e aplicação de novas tecnologias.
Qual é a importância do agronegócio para a economia brasileira?

Os números atestam a importância do agronegócio no Brasil.
Responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, não há como negar que o segmento possui uma enorme relevância para a economia do país.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as perspectivas para o ano de 2019 são mais que otimistas, mesmo no cenário de incertezas que há alguns anos acompanha os brasileiros.
Há a expectativa de que o PIB do agronegócio brasileiro possa crescer 2% com relação ao ano anterior.
Isso porque as condições produtivas estão favoráveis e a demanda está aquecida.
Mas, além da sua grande contribuição para o PIB brasileiro, o agronegócio também é responsável por cerca de 80% do saldo comercial externo do país.
Segundo dados de 2017, o agronegócio foi responsável por metade de todas as exportações brasileiras.
Os destaques foram as exportações de soja, de carnes, de celulose e de produtos do setor sucroalcooleiro.
Naquele ano, foram vendidos US$ 4,72 bilhões em soja, US$ 824,22 milhões de açúcar, US$ 527,72 milhões de celulose e US$ 1,2 bilhão de carnes.
O setor também emprega quase 37% de todos os trabalhadores brasileiros.
E tem mais: por ser o responsável pela produção de diversas matérias-primas, o agronegócio também é a base de sustentação para outros setores da economia, como a de confecção de roupas, produção de papel, móveis, medicamentos, entre outras.
São números impressionantes, não é mesmo?
Somente com eles, já é possível perceber o quão importante o agronegócio é para a economia brasileira.
Isso ocorre principalmente em razão de o Brasil possuir um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e, claro, quase 13% de toda a água doce disponível no planeta.
É um país que possui 388 milhões de hectares de terras agricultáveis e férteis e, por isso, segundo dados do Ministério da Agricultura, o Brasil é um dos principais fornecedores mundiais de produtos agropecuários.
São exportados itens como grãos e carnes, principalmente a de frango.
Além disso, o Brasil se destaca na produção de soja – é o segundo maior produtor do mundo.
Quais são os setores do agronegócio?
Agora que você já conhece um pouco mais sobre o que é o agronegócio e os seus produtos, chegou o momento de falar sobre os setores envolvidos.
Na verdade, essa é uma atividade muito abrangente, como já vimos. E, por este motivo, o agronegócio engloba praticamente toda a economia nacional.
Veja quais são os segmentos que se destacam:
- Primário: envolve a produção rural e é formado pelos produtores rurais, agricultores e pecuaristas
- Secundário: composto pelas agroindústrias e indústrias de insumos agrícolas
- Terciário: setor que engloba o transporte e a comercialização dos bens agropecuários.
Mas eles também podem ser divididos de uma outra forma.
Ao invés de distribuir os setores do agronegócio de acordo com os atores envolvidos, eles podem ser separados tendo como base a atividade desenvolvida.
Ou seja, nesse caso, os setores da agropecuária podem abrigar segmentos distintos.
Aqui, citaremos 11 deles, que foram destacados na edição da Revista Exame como os maiores e melhores do país.
São os seguintes:
- Adubos e defensivos
- Açúcar e álcool
- Algodão e grãos
- Café
- Carne bovina
- Leite e derivados
- Madeira e celulose
- Máquinas e equipamentos
- Óleos, farinhas e conservas
- Revenda de máquinas
- Têxtil.
O que é insumo no agronegócio?

No agronegócio, os insumos representam a combinação de fatores de produção diretos, que são as matérias-primas, e os indiretos, que consistem na mão de obra, energia, tributos, entre outros.
Ou seja, é tudo aquilo que faz parte da elaboração do bem ou serviço que é oferecido.
São os elementos utilizados como fatores de produção, com o objetivo de garantir a produtividade esperada.
Nesse sentido, os insumos do agronegócio podem ser igualmente diversos.
Veja na seguinte lista quais são os principais:
- Sementes que serão plantadas
- Adubos para a nutrição de plantas
- Defensivos para o controle de pragas
- Maquinários e equipamentos utilizados no campo
- Combustível usado nos equipamentos
- Ração dos animais
- Mão de obra especializada.
Esses insumos podem ser classificados como biológicos, químicos ou mecânicos.
Os biológicos são todos aqueles constituídos por material orgânico, como esterco animal, microrganismos de uso agrícola, fertilizantes orgânicos, entre outros.
Já os insumos químicos incluem material originário de rochas ou de origem industrial, como é o caso de adubos químicos e agrotóxicos.
Por sua vez, os mecânicos são as máquinas, implementos e equipamentos agrícolas, o que inclui tratores, arados, semeadoras, pulverizadores e ferramentas.
O que é cadeia produtiva do agronegócio?
A cadeia produtiva do agronegócio é bastante complexa e diversificada.
Ela é composta pelos elementos que interagem no processo produtivo para a oferta de produtos para o mercado consumidor.
É um conceito bastante amplo, não é mesmo?
Por esse motivo, existem atualmente diversas metodologias que buscam explicar com mais exatidão o que é a cadeia produtiva do agronegócio.
Uma das mais aceitas é a que foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa.
De acordo com seus pesquisadores, a cadeia produtiva do agronegócio é composta por cinco segmentos principais.
Veja quais são eles:
- Fornecedores de insumos: empresas que ofertam os produtos primários para as fazendas, como adubos, máquinas e sementes
- Produtores rurais: são os agentes que utilizam a terra para produção de commodities, a exemplo de madeira, cereais, leites, carne e oleaginosas
- Processadores: segmento formado pelas agroindústrias
- Atacadistas e varejistas: são responsáveis pela distribuição e a comercialização dos produtos
- Mercado consumidor: o ponto final do ciclo, composto pelos consumidores locais ou externos.
Isso mostra que um segmento da cadeia depende do outro.
Ou seja, a cadeia produtiva é composta por uma sucessão de operações que acontecem de forma integrada.
E cada etapa fornece a matéria-prima necessária para o passo seguinte.
Qual a diferença entre as empresas agrícolas das agroindústrias?
Muitas pessoas acreditam que empresas agrícolas e agroindústrias são, basicamente, a mesma coisa. Mas isso não é verdade.
Antes de falar sobre as diferenças entre elas, vale destacar o significado e definição de cada uma.
As empresas agrícolas são organizações que utilizam tecnologias modernas em grandes propriedades.
Elas surgiram nos países desenvolvidos, devido à introdução de novas tecnologias e o desenvolvimento de pesquisas voltadas para o agronegócio.
Nesse sentido, são empresas que:
- Utilizam máquinas para o preparo do solo, o plantio e a colheita
- Possuem enormes silos de armazenagem
- Realizam a seleção de sementes
- Contam com equipes altamente capacitadas para realizar o acompanhamento de toda a produção agrícola.
Ou seja, a empresa agrícola é aquela propriedade que possui tecnologia de ponta, excelente organização administrativa e operacional, além de mão de obra qualificada.
Por esse motivo, esse tipo de empreendimento possui alta produtividade e é bastante regulamentado (deve atuar de acordo com a legislação trabalhista, as normas de segurança de trabalho e as ambientais).
Já a agroindústria é o conjunto de atividades relacionadas à cadeia de transformação de toda a matéria-prima proveniente dos diferentes participantes do agronegócio.
Isso quer dizer que a agroindústria contempla as empresas que recebem todos os produtos resultantes das atividades de agricultura, pecuária, silvicultura e piscicultura para beneficiá-los em bens ou mercadorias que serão destinadas para o consumidor final.
Cada uma delas possui seu modelo de negócio próprio e cadeia de produção específica, que vai desde o fornecimento dos insumos até a entrega para o consumidor.
Apesar de ter “indústria” em seu nome, as agroindústrias podem ser formadas por produtores que realizam a transformação da matéria-prima por meio de métodos mais artesanais.
Mas, afinal, qual a diferença entre as empresas agrícolas e as agroindústrias?
O que difere uma da outra é que, enquanto as empresas agrícolas cultivam a matéria-prima, as agroindústrias realizam o beneficiamento ou processamento do que é produzido por elas.
Qual o salário de um técnico em agronegócio?

De acordo com o site Love Mondays, um técnico em agronegócio recebe, em média, um salário de R$ 1.500,00.
Mas outros sites já apresentam uma realidade um pouco diferente.
Isso porque, segundo eles, o salário médio mensal desse profissional dependerá do seu nível de conhecimento e experiência, além do tamanho da empresa.
Por exemplo, segundo o Educa Mais Brasil, um técnico em agronegócio trainee de uma grande empresa, recebe mensalmente R$ 2.033,37.
Enquanto um profissional de nível master em uma organização de pequeno porte, possui um salário de R$ 2.469,71.
Já no Trabalha Brasil, um técnico em agronegócio sênior que atua em uma empresa de médio porte recebe R$ 2.838,67 mensais e um profissional júnior possui uma remuneração de R$ 2.146,44.
Se você pretende atuar na área, o primeiro passo é buscar a qualificação necessária.
O cargo de nível técnico, como o nome sugere, não exige graduação.
Mas você pode evoluir na carreira justamente buscando se especializar no Ensino Superior.
Na UPIS, por exemplo, você encontra o curso de graduação em Agronomia da UPIS e opções de pós-graduações na área, como a Especialização em Competitividade no Agronegócio.
Visite o site para saber mais, conhecer a grade curricular e investir no seu futuro profissional.
Conclusão
Entender o que é o agronegócio e como ele funciona já é o primeiro passo para começar a compreender a sua importância para a economia brasileira.
Ao longo do artigo, você descobriu o conceito de agronegócio, suas principais características, setores e produtos.
Também vimos qual é o ciclo do agronegócio e o quão abrangente esse setor é, envolvendo atividades primárias, secundárias e terciárias.
É um segmento que atua desde o campo, passa pelas indústrias e chega até o varejo e o mercado, para ser comercializado ou exportado.
Além disso, no agronegócio, existem as empresas agrícolas e as agroindústrias que, apesar de parecerem semelhantes à primeira vista, são organizações diferentes, mas que atuam em conjunto.
Para quem deseja atuar como técnico agrícola, as opções são muitas.
Seja no campo, nas indústrias ou no setor terciário, o mercado do agronegócio é extremamente amplo e diversificado.
Por esse motivo, vale investir na educação e no seu aprendizado.
Visite o site da UPIS e aproveite para entrar em contato conosco.
Quer saber mais sobre o agronegócio? Não se esqueça de deixar as suas dúvidas nos comentários!