Tem sido frequente ler ou ouvir sobre empresas que têm utilizado o big data para criar novos produtos, tomar decisões mais embasadas e direcionar melhor suas ações de marketing.
Mas, afinal, o que é esse tal de big data?
Esse conceito ainda é estranho para você? Então, está na hora de se atualizar.
Se você tem algum conhecimento em inglês, já começa a matar a charada, com a junção das palavras “big” (grande) e data (dados).
E, de fato, estamos falando sobre uma quantidade imensa de informações.
Desde os primórdios da humanidade, nós lidamos com dados. Até aí, nenhuma novidade.
A diferença é que, com os avanços tecnológicos, já podemos guardar, organizar e analisar essas informações com muito mais facilidade e frequência.
E o principal: em um volume até pouco tempo inimaginável.
É nesse contexto que surgiu o conceito de big data.
Ele faz parte de uma revolução tecnológica voltada a qualificar os processos e alcançar melhores resultados nas empresas.
São muitas as organizações que estão em busca de profissionais qualificados na área e que saibam utilizar as ferramentas disponíveis para analisar e interpretar os dados a seu favor.
Quer entender porque a área é considerada como uma das profissões do futuro?
Então, siga a leitura e descubra tudo sobre big data.
O que é big data?
Big data é um termo moderno, que se refere ao enorme volume de dados gerados a cada segundo e armazenados remotamente.
Ele representa tudo o que está disponível online, desde dados de redes sociais, equipamentos que estão ligados à internet e informações de empresas.
Mas não se limita apenas à existência ou mesmo à guarda de tudo isso.
Além de ser o processo que realiza a análise e a interpretação de todas essas informações, possui ferramentas que podem agrupá-las conforme o interesse da empresa.
Ele pode agregar qualquer dado coletado sobre um assunto ou área específicos, como registros de compra e venda, hábitos de consumo ou até canais de interação offline.
O big data só não acessa informações privadas, como movimentações financeiras de pessoas físicas e dados privados de organizações.
Mas tudo o que está na web e ao alcance da tecnologia pode ser acessado, coletado e agrupado para análise.
O que mais impressiona nisso tudo é que, por meio de ferramentas específicas de Tecnologia da Informação, o agrupamento desses dados é realizado em alta velocidade.
E você consegue imaginar a quantidade de informação que é gerada a cada dia na internet?
De acordo com um estudo da BSA, são gerados 2,5 quintilhões de bytes de dados diariamente.
E a expectativa, segundo a Seagate, é que, até 2025, esse volume chegue a 163 zettabytes – 10 vezes mais do que foi gerado em 2016.
Fica difícil até decifrar o que todos esses números indicam.
Então, imagine interpretar e analisar essa quantidade de dados para os mais variados usos. É exatamente para isso que o big data é utilizado.
Com ele, empresas conseguem definir estratégias de marketing, tomar decisões mais acertadas, elaborar novos produtos e reduzir custos.
O big data também tem sido bastante utilizado como uma ferramenta de apoio estratégico, pois, hoje, as empresas já compreenderam todo o seu potencial e importância para obter insights rápidos e preciosos.
Como o big data surgiu?
O conceito de big data é antigo, embora o termo seja realmente novo.
Foi nos anos 1950, décadas antes de alguém pensar em utilizar o nome big data, que empresas começaram a utilizar análises básicas de dados – normalmente números – para descobrir tendências.
Mas foi apenas 40 anos depois que o termo big data nasceu.
Ele surgiu na NASA, a Agência Espacial Norte Americana.
Na época, era usado para determinar o conjunto de dados complexos, responsáveis por impor desafios aos limites computacionais de captura, processamento, análise e armazenamento de dados.
No entanto, em 2001, Doug Laney, executivo da Enterprise Analytics Strategies, criou a definição de big data que conhecemos hoje, sendo o conceito baseado em três V’s:
- Volume: como é imensa a quantidade de dados gerada a cada minuto, o big data prevê uma abordagem eficiente sobre eles
- Variedade: considera que os dados podem ter o formato estruturado (numéricos) ou não-estruturado (incluindo aí texto, áudio, vídeo, cotações e transações financeiras)
- Velocidade: agilidade na manipulação e produção dos dados, uma vez que sua análise ocorre no instante em que eles são criados.
Mas não para por aí.
Doze anos depois, Inderpal Bhandari, chefe de dados da Express Scripts, adicionou mais três V’s ao conceito.
São eles:
- Valor: diz respeito à análise dos dados reunidos e às informações e insights obtidos por meio deles
- Volatilidade: representa um desafio importante ao big data, considerando que os fluxos de dados possuem picos periódicos, estando sujeitos a variações
- Veracidade: é importante que os dados reunidos sejam confiáveis e verdadeiros. O big data permite analisar os grandes volumes de informações, compensando possíveis equívocos.
Há ainda um sétimo V, o de Visualização.
É utilizado para indicar que apresentação dos dados deve ocorrer de forma acessível e legível.
Qual a utilidade do big data?

Agora que você já sabe o que é o big data, deve estar se perguntando o que ele pode fazer por você.
Mais à frente, falaremos da sua importância e daremos exemplos de empresas que já o utilizam.
Mas não há segredos.
Como o big data reúne inúmeros dados, por meio da sua análise, permite às empresas otimizar seus processos, melhorar a tomada de decisões e avaliar a concorrência.
Para tanto, ele envolve três ações principais:
- Integrar: reúne dados de diversas fontes e aplicativos. São os dados de redes sociais, transmitidos (ou de streaming) e de fontes publicamente disponíveis. Nesta etapa, os dados são inseridos, processados e verificados para que possam ser utilizados no passo seguinte
- Gerenciar: aqui, ocorre o armazenamento de dados para que eles sejam processados de acordo com o desejado pela empresa. Então, são definidos os requisitos de processamento
- Analisar: consiste na análise dos dados obtidos e compartilhamento das informações.
Quem utiliza o big data?
É um engano achar que o big data está limitado apenas às grandes empresas.
Devido à sua importância, negócios de todos os tamanhos e dos mais diversos segmentos podem se beneficiar com o seu uso.
Alguns setores da economia que já utilizam o big data são:
- Bancos: a quantidade de informação que é transmitida nesse setor é enorme, então, gerenciar big data ajuda a entender melhor os clientes, aumentar a sua satisfação, minimizar riscos e fraudes e manter a conformidade regulatória
- Ensino: a educação pode se beneficiar com a identificação de alunos em risco e a implementação de melhores sistemas de avaliação, apoiando também professores e diretores, além de assegurar o progresso adequado dos alunos
- Governo: usar e aplicar a inteligência analítica ao big data do governo pode ajudar na gestão de serviços públicos e órgãos, a lidar com congestionamentos e a prevenir a criminalidade
- Saúde: o uso do conceito no setor de saúde pode trazer vantagens principalmente no que diz respeito ao atendimento do paciente e à melhoria da assistência de saúde como um todo
- Manufatura: os insights trazidos por ele podem ajudar a aumentar a qualidade das mercadorias e a sua produção, ao mesmo tempo em que diminui os desperdícios. Além disso, possibilita maior agilidade na resolução de problemas e na tomada de decisão.
- Varejo: por meio da análise de big data, o setor varejista pode entender melhor o seu cliente e, com isso, identificar a maneira ideal de realizar a abordagem, assim como desenvolver estratégias para escalar vendas.
O que uma empresa de big data faz?
Empresas especializadas em big data oferecem diversos tipos de serviços relacionados não apenas à captura dos dados, mas também a demandas de análise, armazenamento e processamento.
Dentre as principais atividades realizadas por esses tipos de organizações podemos destacar:
- Captura, organização e estruturação de dados de qualquer natureza
- Análise e manipulação de dados por meio de técnicas de inteligência artificial para realizar mapeamento, agrupamento, transformação e validação, entre outros
- Serviços voltados para a garantia da privacidade e segurança de dados, tendo como base as legislações e a segurança da informação
- Consultoria em big data e a realização de treinamentos
- Disponibilização de produtos e sistemas voltados para a utilização de big data.
Quando devo começar a recolher dados em minha empresa?

Não existe mais uma só empresa que não precise analisar dados antes de qualquer tomada de decisão.
Quem vai pelo caminho do empirismo (ou do “achismo”), corre riscos desnecessários.
Pode acabar ignorando informações importantes sobre o mercado, sobre o seu público e até sobre o próprio negócio.
É para a maior assertividade desse processo que existe o big data.
Mas é importante avaliar qual será a utilização de suas ferramentas na empresa, pois a aplicação varia de acordo com cada cenário.
Além de ter condições de trabalhar com suas informações, é claro.
De nada adianta começar a utilizar o big data se a empresa não possui especialistas na área ou as ferramentas necessárias para isso.
Então, primeiro vale estruturar uma boa estratégia para implementação do big data na sua empresa.
Avaliar os recursos necessários, os investimentos que devem ser feitos e, a partir daí, colocar em prática as ferramentas e buscar profissionais ou empresas especializadas.
Existem tecnologias gratuitas e, atualmente, grandes provedores de internet já oferecem plataformas prontas para se trabalhar com big data.
São exemplos a Amazon Web Services, a Windows Azure e o Google Big Query.
Onde devo implementar o big data?
Esta é uma questão de difícil resposta, pois não é simples definir exatamente onde você deve implementar o big data.
Isso porque cada empresa possui dados únicos e cenários completamente diferentes.
Então, não existe uma fórmula mágica.
Não é porque uma organização implementou o big data focado nos dados relacionados à produtividade das equipes e obteve bons resultados que outra colherá bons frutos com a mesma ferramenta.
O importante ao utilizar o big data é saber como trabalhar com os dados que foram coletados.
Por isso, o primeiro passo para implementá-la é criar uma rede de integração de informações entre todos os setores da empresa.
Trabalhar com big data significa atuar com diversas fontes de dados, então, o grande segredo para que seja utilizado da melhor forma é saber compilar e analisar todas essas informações.
Com isso, será possível realizar prognósticos de mercado, otimizar as operações, gerir melhor os seus talentos e identificar potenciais problemas.
Por exemplo, em empresas de marketing, o big data pode ser utilizado para realizar a análise do perfil do consumidor, como suas preferências de compra, hábitos de consumo, estilo de vida e comportamentos sociais.
Tudo isso permite à organização entender melhor o cliente e realizar o lançamento de um produto e a criação de campanhas muito mais dirigidas.
Já no setor financeiro, ele pode ser utilizado para realizar a análise do mercado, permitindo a elaboração de previsões de flutuações da economia.
Com isso, o planejamento dos investimentos fica mais preciso e seguro.
Enquanto que, quando aplicado no setor de recursos humanos, ele permite o acesso a informações como a assiduidade e a produtividade dos funcionários.
Ou seja, o big data pode ser implementado nos mais diversos setores.
O importante é saber onde ele é realmente necessário e trará benefícios para a empresa.
Por que o big data é importante?
O big data é importante não apenas por reunir grandes volumes de dados para análise e interpretação.
O principal é saber o que fazer com essas informações e utilizá-las para identificar novas oportunidades.
Com isso, os benefícios serão muitos.
Dentre eles, podemos destacar:
- Possibilidade de reduzir custos
- Querda no desperdício de tempo
- Desenvolvimento de novos produtos
- Qualificação das ofertas
- Tomada de decisão mais inteligentes e assertiva
- Melhoria da satisfação dos clientes
Além disso, ao unir o big data com a inteligência analítica, a empresa pode realizar tarefas capazes de agregar um importante diferencial.
Veja exemplos:
- Determinar a causa de falhas, problemas e defeitos em produtos e processos quase que em tempo real
- Gerar cupons personalizados no próprio ponto de venda, tendo como base os hábitos de compra de seus consumidores
- Recalcular os riscos em menos tempo
- Detectar fraudes e comportamentos deste tipo antes que eles possam afetar a sua empresa.
A verdade é que o big data reinventa a maneira como reunimos e analisamos as informações para a tomada de decisões em qualquer setor.
Existem desvantagens do big data?

Todas as ferramentas e tecnologias possuem seu lado positivo e também negativo. Com o big data, isso não é diferente.
Existem desvantagens no seu uso, principalmente quando se fala em privacidade.
Algumas informações reunidas pela ferramenta podem fazer referência a colaboradores, clientes ou concorrentes, então, é preciso ter muito cuidado para manipular esses registros.
É extremamente importante não utilizar dados que não foram autorizados previamente.
Além disso, é essencial lembrar que as informações coletadas não devem ser compartilhadas.
Elas podem, e devem, ser utilizadas para confecção de relatórios e indicadores para uso interno da empresa ou para a elaboração de documentos úteis para o público externo – desde que dados sensíveis e particulares não sejam expostos.
Outro grande desafio do uso do big data é o seu tamanho.
O volume de dados gerados é muito grande e dobra a cada dois anos.
Por isso, as empresas estão sempre em busca de novas tecnologias e novas formas de armazenar os dados com eficiência para conseguir acompanhar essa evolução.
Mas um dos principais problemas diz respeito à qualificação profissional e o conhecimento sobre o assunto.
Trabalhar com big data requer investimento, não apenas financeiro, mas de tempo.
Encontrar no mercado profissionais que tenham conhecimento e experiência sobre as ferramentas tem sido tarefa difícil para muitas empresas.
Exemplos de aplicações do big data
Como vimos até aqui, são muitas as utilidades e aplicações do big data nas empresas.
Então, separamos exemplos de organizações que utilizam essa ferramenta.
Confira!
1. Delta Airlines
A companhia aérea, por meio do big data, conseguiu identificar que uma das principais preocupações dos clientes era relacionada à bagagem.
Com isso, a empresa criou um recurso no seu aplicativo chamado Track My Bag para que os viajantes pudessem rastrear as suas malas durante a viagem.
2. Rolls Royce
A empresa coleta dados dos motores a jato dos aviões para realizar análises em busca de pequenas irregularidades, de maneira a alertar as companhias aéreas sobre a necessidade de manutenção nas aeronaves antes que surja algum problema.
Por meio da boa utilização do big data, a Rolls Royce encontrou uma forma de melhorar os negócios, manter a segurança e a qualidade de seus produtos e prolongar a vida dos motores.
3. UPS (United Parcel Service)
A empresa de logística utilizou o big data para poder realizar uma reestruturação em suas rotas de entrega.
Para tanto, ela cruzou os dados obtidos por meio de sensores em seus veículos, com informações de mapa e os requisitos das encomendas.
O projeto gerou uma economia de mais de 8,4 milhões de litros de combustível por ter reduzido em 136 milhões de quilômetros o total percorrido em um ano.
Qual profissional é capaz de trabalhar com big data?

O big data é um campo extremamente amplo.
Para trabalhar nele, pode ser exigida tanto uma especialização quanto uma segunda graduação.
No mercado, é possível encontrar profissionais que trabalham com big data que vieram das mais diversas áreas, como Tecnologia da Informação, Jornalismo, Estatística, Marketing e Administração de Empresas.
Mas é importante que elas tenham conhecimentos em negócios, saibam utilizar as ferramentas e também que desenvolvam habilidades em programação, estatística e matemática aplicada a dados.
Por tudo isso, as três principais áreas de atuação de um profissional em big data são:
- Administração: é um profissional mais técnico, responsável por manter os ambientes e as ferramentas funcionando. Deve ter conhecimentos em sistemas operacionais, arquitetura de hardware e redes
- Desenvolvimento: responsável pela captura, transformação e carga dos dados e pelo desenvolvimento de novas rotinas e processos. Profissional com conhecimentos de programação e das ferramentas.
- Análise de Dados: é quem atende as demandas das áreas de negócio e planejamento. Deve conhecer sobre as ferramentas de consulta e acesso de dados e ter noções de estatística.
Pequenas empresas devem se preocupar com big data?
Muitas empresas resolvem implementar novas tecnologias ou metodologias que surgiram no mercado sem antes saber se realmente se encaixam no seu negócio.
Saber o que é big data, qual a sua importância e os benefícios que ele pode trazer para a sua empresa é essencial.
Principalmente porque a grande maioria delas já possui diversas informações que compõem o big data.
Então, por mais inovadora que essa ferramenta possa parecer, ela já faz parte da realidade de todo negócio.
Ou seja, se preocupar com big data significa saber usar as informações, em vez de simplesmente mantê-las armazenadas em servidores – sejam eles físicos ou na nuvem.
Como já vimos, o big data não é uma ferramenta apenas para grandes empresas e sua utilidade independente do tamanho da organização.
Conclusão
Neste artigo, você conferiu que o big data é um conceito em alta no mercado.
Consiste em um enorme volume de dados capaz de proporcionar insights para as empresas sobre tendências de mercado, perfil de consumidores, entre outros, além de otimizar os processos de trabalho.
Não tenha dúvidas de que big data é para você que quer se profissionalizar na área ou que possui uma empresa e quer se diferenciar da concorrência.
Por isso, representa uma grande oportunidade.
E quem se prepara para ela sai na frente para ganhar espaço e se destacar no mercado.
Então, que tal aproveitar todo o potencial do big data a seu favor?
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