Aprender como calcular a nota do Enem é importante – e por mais de uma razão.
A principal delas, sem dúvida, é conhecer o seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio ajuda a planejar a sequência de seus estudos, agora na vida acadêmica.
Como a nota do Enem é aceita por diversas instituições superiores para ingresso de alunos, vale entender como ela é formada para decidir onde você vai estudar.
E também confirmar se poderá se matricular no tão sonhado curso, dando mais um passo para atingir seus objetivos profissionais.
Até porque a concorrência é alta, o que eleva a chamada nota de corte.
Em 2018, o exame teve mais de 6 milhões de inscritos. Então, entender como você pode superar esse desafio é essencial.
Neste artigo, falaremos como se dá o cálculo das médias do Enem.
Também vamos descobrir o que é o modelo de Teoria de Resposta ao Item.
E ainda destacaremos quais as notas mínimas e máximas da última edição do exame.
Quer saber tudo sobre a nota do Enem? Então, siga a leitura!
Como calcular a nota do Enem?
A prova do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, é composta por cinco notas: uma para cada área do conhecimento e outra para a redação.
E para entender como calcular a nota do Enem, considerando a avaliação final, é importante compreender primeiro a dinâmica do teste.
Todos os estudantes que participam do exame recebem a mesma prova e ele é realizado simultaneamente em todos os municípios do país.
Ao final do teste, o estudante que deixar a sala de prova nos últimos 30 minutos pode levar para casa o caderno de questões para que possa conferir, nos dias seguintes, o gabarito das provas objetivas.
As provas consistem em questões de múltipla escolha, cada uma com cinco possíveis respostas, em que o candidato deve escolher apenas uma como a correta.
Ao total, são 180 questões objetivas, sendo 45 para cada área do conhecimento.
Como em cada prova a pontuação mínima é 0 e a máxima é 1.000.
Isso significa que cada questão equivale a 22,222 pontos.
Dessa forma, para calcular a nota do Enem nas provas objetivas, basta multiplicar o número de acertos em cada prova pelo valor por questão.
Mas para saber a sua média simples, também é preciso conhecer a nota da redação.
Entendendo a nota da redação
Algumas universidades atribuem pesos diferentes para cada prova objetiva, o que exige outro tipo de cálculo.
Mais à frente, detalharemos como calcular a sua média no Enem pelos dois métodos existentes: a média simples e a por pesos.
Já no caso da redação, o método de avaliação é bem diferente.
Cada texto é corrigido por dois profissionais credenciados pelo Ministério da Educação (MEC), de forma independente.
Eles avaliam a redação de acordo com cinco competências principais:
- Domínio da escrita formal
- Compreensão da proposta e aplicação de conceitos
- Organização e interpretação de informações, fatos e argumentos
- Demonstração de conhecimentos sobre os mecanismos linguísticos
- Elaboração de uma proposta para o problema abordado.
A cada um desses quesitos é atribuída uma nota entre 0 e 200 pontos.
Ao final somam-se esses valores e faz-se uma média aritmética entre as pontuações totais de cada corretor.
Ou seja, a nota dos corretores é somada e dividida por dois.
No caso de existir uma diferença superior a 80 pontos em uma determinada competência ou maior que 100 pontos no valor total, a redação é passada para a avaliação de um terceiro corretor.
Os 2 tipos de média do Enem

O cálculo da média do Enem pode ser realizado de duas formas: simples ou por peso.
Apesar de a média simples ser a mais utilizada, saber calcular a média por peso também é importante, pois existem muitas instituições que utilizam essa fórmula para determinar a nota de corte.
Quer aprender como calcular essas duas médias? Veja abaixo:
Média simples
O cálculo da média simples é fácil de ser realizado.
Ele consiste, basicamente, na soma das cinco notas (quatro das provas objetivas – uma de cada área do conhecimento – e a nota da redação) divididas por 5.
É um simples cálculo de média aritmética.
Veja um exemplo:
- Redação: 890
- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: 743
- Matemática e suas Tecnologias: 695
- Ciências Humanas e suas Tecnologias: 754
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias: 678.
Total: 3.670
Média: 752
Pronto! Agora você já sabe qual é a sua média simples. Fácil, não é mesmo?
Ela é levada em consideração em processos seletivos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no Programa Universidade para Todos (Prouni) e no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Média por pesos
No caso da média por pesos, o cálculo já fica um pouco mais complicado, mas não se preocupe!
Iremos detalhar como realizar a conta e você verá que ela não é nenhum bicho de sete cabeças.
O primeiro passo é descobrir qual o peso que a instituição que você deseja ingressar dá para cada área do conhecimento do Enem.
Esses pesos podem ser 1, 2 ou 3.
Em seguida, é preciso multiplicar cada uma de suas notas pelo peso que foi atribuído a ela pela universidade.
Após essa etapa, é momento de somar os resultados obtidos e dividir o valor total por 10.
O resultado da divisão será a sua média final. Explicando assim até que não parece tão difícil, não?
Vamos pegar um exemplo fictício para ajudar a entender o cálculo.
Imagine que você queira cursar Biotecnologia em uma determinada universidade.
Essa instituição atribui os seguintes pesos para as notas do Enem, no tópico anterior do artigo
- Matemática e suas Tecnologias: 3
- Linguagens e Códigos e suas Tecnologia: 2
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias: 3
- Ciências Humanas e suas Tecnologias: 1
- Redação: 1.
Então, vamos utilizar as mesmas notas do exemplo que demos para fazer o cálculo da média simples.
Nesse caso, a conta ficaria da seguinte forma:
- (695×3) + (743×2) + (678×3) + (754×1) + (890×1) / 10
- 085 + 1.486 + 2.034 + 754 + 890 / 10
- 249/10 = 724,9
Pronto! A média por pesos desse candidato foi de 724,9 pontos.
Percebe-se que a média por pesos foi menor que a simples.
Isso acontece porque essa universidade atribui um peso maior à prova de Ciências da Natureza e esse candidato obteve uma nota mais baixa nessa área do conhecimento.
A avaliação pelo sistema TRI

O método de avaliação do Enem é o chamado de Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Trata-se de um sistema que analisa se o estudante respondeu corretamente às questões, mas também atribui um peso específico para cada acerto.
É por esse motivo que mesmo que você e um amigo acertem o mesmo número de respostas no Enem, nem sempre vocês terão a mesma pontuação.
Com o TRI, possuir a mesma quantidade de acertos ou erros pode representar médias diferentes, já que as questões possuem pesos diversos.
Mas como esses pesos são definidos?
Cada um dos itens do Enem possui parâmetros e características diversas e, isso permite que as questões sejam previamente separadas em três grupos: fáceis, médias e difíceis.
Elas são distribuídas ao longo da prova e, por meio de estatísticas matemáticas, o TRI analisa as respostas dos alunos.
Então, quando um estudante erra muitas perguntas tidas como fáceis, mas acertas aquelas sinalizadas como difíceis, o sistema encontra uma inconsistência e deduz que esse aluno “chutou” grande parte de suas respostas.
Isso faz com que a sua média caia.
Ou seja, no final, a nota não depende somente do valor absoluto da quantidade de acertos que o estudante teve, mas também da dificuldade das questões que ele errou ou acertou.
Além disso, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) também leva em consideração o poder de discriminação de cada pergunta.
Esse aspecto busca entender, por meio de cada item, se o candidato realmente domina os assuntos abordados naquela questão e quais as suas reais habilidades.
É uma metodologia que tem como objetivo avaliar não apenas os erros e acertos, mas também as habilidades e conhecimentos dos estudantes.
Além disso, a Teoria de Resposta ao Item evita que o candidato se beneficie do quesito sorte na hora de responder às questões.
É uma maneira de destacar que o mais importante para ir bem no Enem é se preparar para a prova, estudar, ler as questões com calma, responder cada item com concentração e refletir bem na hora de decidir a resposta.
Um breve histórico
A Teoria de Resposta ao Item pode ser uma metodologia recente para nós, mas é um sistema avaliativo que surgiu em 1964.
Atualmente, ele é adotado em diversos países, como França, Estados Unidos, Holanda, Coreia do Sul e China.
Além disso, o TRI é utilizado em duas famosas provas: o Teste de Inglês como uma Língua Estrangeira (TOEFL) e o Scholastic Assessment Test – o famoso SAT americano.
Como as universidades utilizam a média do Enem
O principal objetivo de quem faz a prova do Enem e busca boas notas é ter acesso à educação superior.
Mas as universidades podem utilizar a média do Enem de diversas formas, como já destacamos.
A principal delas é por meio do Sistema de Seleção Unificada, o Sisu, no qual diversas instituições públicas de ensino superior oferecem vagas em cursos para quem realizou o exame.
Isso significa que, ao invés de fazer um vestibular específico para aquela universidade, o aluno pode aproveitar a sua nota do Enem para ingressar nela.
Nesse caso, existem instituições que determinam pesos específicos para cada área do conhecimento das provas do Enem.
E isso pode variar dependendo também do curso que foi escolhido pelo candidato.
Ou seja, a prova de Linguagens pode ter um peso maior para um curso na área de Humanas, enquanto que a de Ciências da Natureza pode valer mais para uma graduação em Ciências Biológicas.
Entretanto, existem outras formas que as universidades – tanto públicas quanto privadas – podem utilizar a média do Enem.
Uma delas é por meio do Programa Universidade para Todos, o Prouni, que concede bolsas de estudos integrais para alunos da rede pública ou bolsistas da rede privada para ingressarem em universidades particulares.
Para participar do Prouni, o estudante precisa de uma média de, no mínimo, 450 pontos no Enem e não pode ter zerado a redação.
Além disso, algumas universidades utilizam a nota do Enem como parte da nota do aluno.
Ou seja, para entrar na instituição, é necessário realizar outra avaliação, cuja nota será composta com a do Enem para formar a média final do candidato.
Também há faculdades que usam a média do Enem para acrescentar pontos na nota final do vestibular.
Nesses casos, a universidade possui um processo seletivo próprio e a média do Enem é utilizada apenas para potencializar o desempenho final daquele aluno.
Existem, ainda, as instituições que consideram o Enem como uma primeira fase do vestibular, sendo ele uma etapa inicial e classificatória para o restante da seleção.
E, finalmente, há aquelas que usam a média do Enem de forma mista.
Isso significa que, para alguns cursos, ela é tida como fase única para ingresso na faculdade, enquanto, para outros, ela é usada apenas como parte da nota final.
Vale dizer ainda que a média do Enem também pode ser utilizada por estudantes de baixa renda para acessar o Fundo de Financiamento Estudantil do Ensino Superior, o Fies.
Para participar do programa, o candidato precisa obter uma média superior ou igual a 450 pontos nas provas objetivas e não zerar a redação.
Quando for selecionar a sua universidade, é importante estar atento às regras que ela utiliza para as notas do Enem.
Então, leia o edital e sempre confira todas as informações necessárias no momento da inscrição.
Como funciona a nota de corte para o Enem?

Basicamente, a nota de corte é o limite mínimo de pontos que o aluno precisa atingir para ser aprovado no curso que escolheu.
Normalmente, as notas de corte mais altas ficam com os cursos que são mais valorizados pelos candidatos, como Medicina.
Ela é calculada durante o período de inscrição e tem como base o número de vagas disponíveis e o total de candidatos para o curso, na modalidade de concorrência específica.
Isso significa que, no Sisu, o candidato concorre somente com quem escolher pelas mesmas opções de curso, instituição, campi, turno e modalidade de concorrência.
Então, se o curso que deseja for pouco concorrido na universidade da sua escolha, a nota de corte para obter a aprovação será menor.
Ou seja, podemos dizer que a nota de corte é o mínimo que você precisa fazer para vencer seus concorrentes e entrar no curso e universidade desejados.
De acordo com o Ministério da Educação, as notas de corte são calculadas uma vez por dia.
Nesse sentido, a regra é: para entrar nas melhores instituições (sejam elas públicas ou particulares) e nos cursos mais concorridos, é necessário estudar bastante para conseguir a melhor nota possível.
Porém, essa nota não significa a classificação certa, pois ela varia muito entre as universidades e os processos seletivos das instituições, como já apresentamos a você.
Qual foi a nota de corte para cada curso em 2018
Já que as notas de corte variam bastante, vale conhecer como elas se comportam na prática.
Em 2018, as notas de corte dos principais cursos ficaram entre:
- Administração: 680 a 800
- Arquitetura e urbanismo: 690 a 840
- Ciências Contábeis: 600 a 780
- Direito: 680 a 850
- Educação Física: 580 a 775
- Enfermagem: 620 a 850
- Engenharia Civil: 680 a 902
- Engenharia de Produção: 650 a 815
- Engenharia Elétrica: 650 a 810
- Farmácia: 660 a 815
- Fisioterapia: 670 a 830
- Gestão de Recursos Humanos: 600 a 720
- História: 570 a 800
- Jornalismo: 640 a 815
- Logística: 570 a 750
- Medicina: 770 a 900
- Nutrição: 660 a 810
- Odontologia: 715 a 840
- Pedagogia: 560 a 740
- Psicologia: 660 a 850.
Quais foram as notas mínimas e máximas do Enem?
Quando falamos sobre notas mínimas e máximas do Enem, devemos considerar duas partes: a redação e as provas objetivas.
No caso das redações, a nota mínima é zero e a máxima é mil.
A primeira opção ocorre em situações, como:
- O aluno entrega a redação em branco
- O texto foge do tema proposto
- A redação não segue o modelo dissertativo-argumentativo
- O conteúdo desrespeita os direitos humanos.
Já alcançar a nota máxima na redação tem sido um objetivo mais difícil a cada ano.
Em 2014, 250 candidatos conseguiram o feito. Já em 2015, esse número caiu para 104.
E em 2018, foi de apenas 55.
No caso das provas objetivas, as notas mínimas e máximas mudam a cada ano.
Isso ocorre por causa dos cálculos da TRI, que fazem com que as menores e maiores notas de cada área do conhecimento sejam sempre diferentes.
Enquanto tirar zero nas provas objetivas não é possível, conseguir a nota máxima – mil pontos – é uma missão praticamente impossível.
Os valores mínimos e máximos são divulgados pelo Inep, sendo definidos a partir da menor e da maior nota que foram obtidas entre todos os participantes do Enem.
Em 2018, as pontuações ficaram da seguinte forma:
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias: 362,5 (mínimo) e 869,6 (máximo)
- Ciências Humanas e suas Tecnologias: 387,2 (mínimo) e 850,4 (máximo)
- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: 318,8 (mínimo) e 816,9 (máximo)
- Matemática e suas Tecnologias: 360 (mínimo) e 996,1 (máximo).
Conclusão

O Enem é a porta de entrada no Ensino Superior para muitos estudantes, que costuma ser um sonho não apenas deles, mas de suas famílias.
E é por meio do Enem que o aluno consegue iniciar a sua graduação, seja por meio do Sisu, por um vestibular misto ou de forma direta – quando a sua nota no exame vale a sua entrada em uma instituição particular.
Além disso, muitos candidatos usam o Enem para conseguir uma bolsa no Prouni ou obter a possibilidade de um financiamento estudantil por meio do Fies.
Nesse sentido, saber calcular a média no exame, entender como o sistema TRI funciona, conhecer a média por pesos e a nota de corte, são atitudes essenciais.
Agora que você já sabe tudo sobre como realizar o cálculo da nota do Enem e quais foram as médias mínimas e máximas da última edição, que tal se preparar para o exame deste ano?
O Enem é uma prova difícil, mas que fica menos complicada para quem se prepara para ela.
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