A farmácia clínica é uma das áreas responsáveis por combater um péssimo hábito da população mundial e, em especial, dos brasileiros: a automedicação.
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), no ano passado, 79% da população nacional admitiu fazer uso de remédios sem a prescrição de um profissional capacitado.
Ainda de acordo com o estudo, familiares (68%) são os leigos que mais indicam medicações.
A dor de cabeça (56%) é o sintoma que mais leva as pessoas a se automedicarem. E os analgésicos (48%) são os remédios mais consumidos por conta própria pelos brasileiros.
É claro, no entanto, que evitar essa prática não é a única atribuição de um farmacêutico clínico.
Suas funções vão muito além de prescrever medicamentos, conforme veremos neste artigo.
Ficou curioso? Então, fique conosco e boa leitura!
O que é a farmácia clínica?
Quando você pensa em um farmacêutico, qual é a primeira imagem que vem à sua cabeça?
Um profissional todo de branco cheio de tubos de ensaio em volta e manipulando medicamentos e substâncias químicas?
Se essa é a visão que você tem, ela não está totalmente errada, mas a carreira de farmácia clínica é um pouco diferente.
Quem segue essa área tem um contato mais próximo com o paciente e zela pela saúde e o bem-estar dele.
Entre as principais atribuições desse profissional – falaremos mais aprofundadamente sobre isso e as suas outras funções mais à frente – está a garantia do uso racional de remédios por parte do enfermo. Evitando, assim, as superdosagens.
Alguns estudiosos acreditam que a farmácia clínica humanizou mais a profissão.
E aproximou, novamente, o farmacêutico da figura central que justifica a razão de ser dos trabalhadores da saúde: o paciente.
Em relação à definição da especialidade em si, existem inúmeras.
Ainda assim, é válido frisar, todas elas caminham para o mesmo sentido, uma vez que têm o paciente como centro de toda a cadeia.
A Sociedade Americana de Farmacêuticos Hospitalares (ASHP), por exemplo, caracteriza a farmácia clínica como uma especialização que tem como principal responsabilidade assegurar que o uso de medicamentos seja o mais apropriado para os enfermos.
Dessa forma, garante a máxima eficiência no combate e no tratamento de doenças. Em outras palavras, os remédios são instrumentos usados em benefício do paciente.
Como a farmácia clínica difere da farmácia no geral?

Há alguns anos, a figura do farmacêutico tem sido ligada à de um profissional preocupado, basicamente, em sintetizar quimicamente as substâncias e transformá-las em medicamentos confiáveis.
Já o clínico, como podemos ver, trabalha com um enfoque um pouco diferente, mais ligado às necessidades de quem precisa de cuidados.
Outra diferenciação importante entre as duas especialidades se dá no campo de atuação.
O farmacêutico tradicional é mais ligado a laboratórios e drogarias.
Já o clínico pode desempenhar suas atividades em hospitais de qualquer natureza (público, privado e filantrópicos). E também tem permissão para atuar em clínicas, asilos, unidades de pronto atendimento e farmácias em geral.
Além disso, o farmacêutico clínico trabalha com uma equipe multidisciplinar.
Relaciona-se de forma ativa com médicos e enfermeiros em ambientes clínicos.
O profissional convencional, por outro lado, divide a função com seus pares.
Com isso, não queremos dizer que uma área é melhor ou mais completa do que a outra. Elas são apenas diferentes, com enfoques e prioridades distintas.
Quais as funções do farmacêutico clínico?
Um farmacêutico clínico pode desempenhar inúmeras funções, apesar de ter uma atividade principal, que, no fim das contas, é sempre o foco no paciente, conforme já destacado.
Caso você esteja interessado em seguir essa carreira ou curioso para saber quais são as outras atribuições desse profissional, separamos sete incumbências típicas dele.
Confira!
Focar na saúde do paciente
Isso parece óbvio, mas, para que um tratamento dê certo, é preciso que os diferentes profissionais da área da saúde levem em conta as particularidades de cada paciente.
Com isso, queremos dizer que um tipo de abordagem que funcionou com uma pessoa não necessariamente vai apresentar os mesmos resultados com outra, também enferma.
É necessário estabelecer uma relação humanizada com cada um, respeitando suas preocupações, históricos e expectativas.
Garantir o uso racional de medicamentos
Cada paciente precisa receber uma quantidade apropriada de medicamentos, de acordo com as suas condições clínicas, defende a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mas não é só isso. dosagem também precisa ser adequada, assim como a administração, a duração da intervenção e o custo compatível ao indivíduo e à comunidade.
Por consequência, o trabalho foca em diminuir qualquer chance de uma reação adversa ou complicações em função de um tratamento mal feito.
Participar de discussões de casos clínicos
O farmacêutico clínico, assim como qualquer outro profissional da área da saúde, como médicos e enfermeiros, por exemplo, pode participar com contribuições em casos clínicos.
Ele, inclusive, tem a possibilidade de sugerir tratamentos terapêuticos específicos, bem como a manipulação de diferentes tipos de medicamentos, dependendo dos casos.
Seu conhecimento técnico, aliado a outras habilidades de uma equipe multidisciplinar, pode ser vital para o tratamento mais assertivo do paciente.
Analisar a prescrição de medicamentos
Cabe a esse profissional também verificar se os medicamentos prescritos pelos médicos respeitam os aspectos técnicos e legais.
Caso seja encontrada qualquer inconsistência, o farmacêutico clínico deve fazer as alterações necessárias e adequar às normas.
Inclusive, ele pode indicar outro tipo de remédio que julgue mais eficaz no tratamento do problema em questão.
Solicitar e interpretar exames laboratoriais
Engana-se quem pensa que somente os médicos podem pedir exames para seus pacientes.
Os farmacêuticos clínicos também têm esse tipo de atribuição, desde que dentro do âmbito da sua competência profissional.
Por exemplo, se o objetivo é observar os impactos da farmacoterapia no organismo, podem ser solicitadas amostras de sangue.
Além disso, esses mesmos exames podem ser interpretados pelos clínicos, uma vez que o mesmo medicamento pode apresentar respostas diferentes, dependendo do paciente.
Realizar um plano de cuidado e consultas farmacêuticas
Para que um farmacêutico clínico desenvolva as suas atividades da melhor maneira, ele precisa ter uma radiografia completa da vida de quem está sendo atendido.
Ou seja, seu histórico familiar, seus problemas de saúde do passado, eventuais alergias a medicamentos, entre outros.
A esse conjunto de medidas dá-se o nome de plano de cuidados, que, quanto mais detalhado e documentado for, melhor para o profissional estabelecer o melhor tratamento possível ao enfermo.
Além disso, assim, é possível definir quais são os compromissos a serem firmados com o doente e as responsabilidades assumidas por ambas as partes.
Diante desse contexto, não estão descartadas a marcação de consultas farmacêuticas para acompanhar de perto a evolução do quadro do paciente.
O objetivo é sempre assegurar que o melhor trabalho esteja sendo feito e que a farmacoterapia traga os resultados esperados.
Promover a qualidade de vida
Em última análise, cabe ao farmacêutico clínico e à toda a equipe multidisciplinar de saúde assegurar a qualidade de vida dos pacientes.
Todo tratamento deve levar o bem-estar do doente em conta.
Por isso, sempre que possível, os profissionais devem priorizar intervenções menos invasivas – desde que com a mesma eficiência, evidentemente.
Um resumo com todas as atribuições do farmacêutico clínico pode ser encontrado na resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que define as diretrizes da profissão.
5 livros para se aprofundar no estudo de farmácia clínica

Ainda que seja uma especialidade relativamente recente – o termo farmácia clínica surgiu na década de 1960 nos Estados Unidos – já existe uma bibliografia extensa sobre o tema.
Reunimos aqui cinco livros para você se aprofundar no estudo dessa área da saúde.
Alguns deles são mais técnicos e teóricos, e outros, mais práticos. Confira!
1. Farmácia Clínica & Atenção Farmacêutica
O livro de Marcelo Polacow Bisson é bastante completo.
Pode ser usado tanto por acadêmicos que buscam algum tipo de especialização na área quanto por profissionais que já atuam no mercado e desejam expandir os seus conhecimentos.
A obra conta com uma ótima didática, favorecendo o entendimento dos diferentes públicos com um agrupamento de conteúdos.
Dividido em três partes, Farmácia Clínica & Atenção Farmacêutica é leitura obrigatória para quem deseja se especializar na área.
A primeira etapa é a que, efetivamente, dá nome ao livro, focando mais nos princípios técnicos que regem a profissão.
Já a segunda tem um viés mais prático, detalhando os instrumentos usados no dia a dia, bem como as atividades realizadas nas clínicas.
Por fim, na terceira e última etapa, a abordagem recai sobre os pacientes, trazendo informações características sobre os diferentes perfis de enfermos.
2. Medicamentos na Prática da Farmácia Clínica
O livro organizado pelos autores Luciana dos Santos, Elvino Barros e Mayde Seadi Torriani é, na verdade, um grande guia, ótimo para ser usado como ferramenta de pesquisa, por exemplo.
Assim como o exemplar anterior, essa obra também tem uma subdivisão bastante interessante, que facilita a leitura e a compreensão.
Separada em duas grandes partes, a primeira aborda mais questões relacionadas ao uso racional de medicamentos e como isso impacta positivamente os resultados laboratoriais.
Já a segunda metade é quase como um dicionário da farmácia clínica.
Todos os medicamentos disponíveis no mercado brasileiro estão organizados da A a Z.
Também traz informações complementares relacionadas a receituários, dosagem, tipo de administração, reações e interações medicamentosas e os cuidados farmacêuticos necessários.
Como é praticamente impossível decorar tudo isso, é fundamental ter esse material para se apoiar.
3. Evolução em Prontuário na Farmácia Clínica
O livro do casal Hattana Bernardo Borgongino e Rodrigo Rosendo Vieira é uma ótima pedida, especialmente para os acadêmicos de farmácia que buscam a especialização clínica.
A obra tem como principal objetivo tornar a área ainda mais humanizada, além de aprimorar a comunicação entre os diferentes membros da equipe de multiprofissionais da área da saúde.
Acrescente a tudo isso a parte prática de criação, revisão e implementação de prontuários na farmácia clínica.
Sempre lembrando que estamos tratando de um documento sigiloso e que assegura o grau confidencial de todas as informações do paciente.
Portanto, questões éticas também são abordadas nesse registro bem técnico feito pelos dois autores.
4. Manual De Farmácia Clínica e Cuidado Ao Paciente
O livro é um grande compilado de registros feitos por 33 colaboradores e organizado por cinco editores com intuito de descrever as principais atribuições de um farmacêutico clínico.
A iniciativa partiu de profissionais do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e apresenta uma linguagem mais técnica.
O público-alvo são, justamente, pessoas que já têm um interesse maior e um conhecimento um pouco mais aprofundando sobre o tema.
A divisão dos capítulos se dá por meio das especialidades e do perfil de cada doença.
A prática é apoiada em conceitos teóricos que versam sobre os diferentes cuidados a serem tomados com os perfis específicos de pacientes (crianças, idosos e enfermos com doenças de variados graus de complexidade).
5. Farmácia Clinica – Segurança na Prática Hospitalar
Com uma abordagem semelhante da obra anterior, os autores Fábio Teixeira Ferracini e Wladmir Mendes Borges Filho buscam explicar a implantação da farmácia clínica no Hospital Israelita Albert Einstein, também em São Paulo.
Para isso, eles começam com uma abordagem histórica, desde a origem do conceito, nos Estados Unidos, até suas primeiras aplicações.
O livro serve como um guia, especialmente para aqueles gestores de instituições que desejam melhorar os seus serviços de saúde no que diz respeito à farmácia clínica.
As dicas vão ao encontro, sobretudo, de como a relação mais próxima com o paciente é fundamental para uma administração medicamentosa mais efetiva.
Como é o mercado de trabalho para o farmacêutico clínico?

De maneira geral, quem escolhe a carreira de farmacêutico costuma ter sucesso. E aqui não estamos entrando na especialidade clínica.
É inegável que a popularmente conhecida Lei dos Genéricos, promulgada em 2000, fez com que o segmento se desenvolvesse mais.
Houve um verdadeiro boom na indústria farmacêutica. Hoje, é uma das profissões mais promissoras.
Segundo o último levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2013, os farmacêuticos foram um dos profissionais que mais ganharam espaço no mercado de trabalho.
De acordo com a pesquisa, a ocupação é a quinta nesse sentido: 4,5% dos empregos gerados foram preenchidos por esses trabalhadores.
Os mesmos dados indicam que a taxa de ocupação média para farmacêuticos é de quase 95%. Ou seja, a empregabilidade é muito alta para quem decide seguir essa carreira.
Agora, falando da especialidade clínica, ela se fortaleceu de sobremaneira com a criação da já referida Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013, conferindo a regulamentação da prescrição farmacêutica.
Com isso, entre outras funções, o farmacêutico passou a poder receitar e garantir o uso racional de medicamentos.
Somado a tudo isso, os diferentes locais de atuação fazem da farmácia clínica uma especialização promissora para seguir.
Logo, se o seu receio de ingressar nessa carreira da área da saúde era a falta de oportunidades, pode ficar despreocupado.
É claro que você não pode se basear só nisso. É preciso investir na sua capacitação e sempre procurar ser o melhor profissional possível.
Como trabalhar com farmácia?

Escolha a profissão que escolher, você vai precisar se capacitar. Estudar para buscar uma carreira repleta de realizações.
Para ter uma trajetória repleta de sucessos, é preciso investir em uma instituição de renome, que oferece todas as condições para você se tornar um especialista completo.
Nesse sentido, a UPIS – Faculdades Integradas é uma ótima pedida. Com quase meio século de tradição, a entidade conta com certificação internacional de qualidade, o ISO 9001.
Sua dedicação ao ensino também se manifesta em suas permanentes aplicações de recursos em infraestrutura e aperfeiçoamento técnico e científico.
Entre as suas 86 opções de cursos de graduação, pós-graduação e extensão estão as formações em farmácia e a especialização em farmácia clínica.
A primeira tem duração de 5 anos e capacita os alunos a atuarem nas mais de 70 áreas afins, como por exemplo:
- Análises clínicas e toxicológicas
- Vigilância sanitária
- Produção de medicamentos
- Cosmetologia
- Bioquímica
- Biologia molecular.
A graduação conta ainda com grade curricular completa com 4.215 horas-aula, divididas em disciplinas teóricas e práticas, além de seis estágios supervisionados.
Agora, se você já atua na área e deseja se especializar em farmácia clínica, a UPIS também oferece a pós-graduação ideal.
Nosso curso conta com duração de 360 horas e ênfase na aplicação de prática terapêuticas, prescrição farmacêutica, prática clínica, bem como no conhecimento da nova legislação que rege a categoria.
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Conclusão
A farmácia clínica é um ramo da ciência da saúde que tem uma atenção mais voltada ao bem-estar e à qualidade de vida do paciente.
Não que a aplicação mais tradicional não tenha, mas, no caso da clínica, o contato com o enfermo e os demais profissionais da saúde é mais direto.
Assim, como você pôde ler neste artigo, é possível conquistar resultados mais rápidos e assertivos no combate e no tratamento de doenças.
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