Já ouviu falar sobre gestão de agronegócios?
Este setor é fundamental para garantir a continuidade e o crescimento de empresas agrícolas ou voltadas à pecuária.
Além do mais, é estratégico para a economia brasileira por ser uma das principais fontes de divisas para o País.
Só em 2017, o agronegócio representou 21,6% do PIB nacional, segundo o Ministério da Agricultura.
O Brasil é líder mundial em produção e exportação de açúcar, suco de laranja e café, além de ser o maior exportador de carne bovina e de frango.
A performance do setor o coloca muito à frente até mesmo da própria indústria.
Isso porque até julho de 2019, o saldo brasileiro de importações e exportações de manufaturados foi negativo em 7,369 bilhões. É o que diz o relatório “Indústria em Números” da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Diante de números tão expressivos, cabe ao agronegócio se estruturar para atingir metas ainda mais ambiciosas.
Isso vai depender das pessoas que conduzem as operações nos empreendimentos agrícolas em todo o país.
É aí que você pode fazer a diferença, atuando como gestor nesse ramo extremamente rico e competitivo.
Quer saber como?
É disso que vamos falar ao longo deste artigo.
Continue com a gente e saiba como fazer parte de um mercado que, no Brasil, não conhece o significado de crise.
Boa leitura!
Conceito de gestão do agronegócio

O agronegócio envolve uma complexa rede de produtores, distribuidores e revendedores que atuam em sinergia até que produtos e gêneros alimentícios cheguem ao consumidor.
Essa cadeia de suprimentos em torno da produção agropecuária é um dos maiores desafios enfrentados pelos gestores que atuam na área.
Felizmente, hoje, as empresas agrícolas se beneficiam de conceitos como Internet das Coisas, Big Data e Machine Learning.
Exemplos não faltam de negócios agropecuários que, com a tecnologia em rede, aumentaram a produtividade ou reduziram perdas na produção.
Junto à informatização do setor, cresce também a demanda por gente qualificada que possa assumir projetos e gerir as diversas etapas do negócio agrícola.
Nesse aspecto, a gestão do agronegócio é que vai garantir que a aplicação de recursos e de tecnologia seja efetiva para o cumprimento de metas.
Esse é o componente pelo qual as empresas do campo detêm o controle de suas atividades e criam as condições necessárias para expandir mercados.
Importância da gestão no agronegócio

Você sabe o que uma empresa urbana e uma rural têm em comum?
Se respondeu a busca pelo lucro, acertou.
No entanto, esse lucro não deve ser o objetivo em si, mas o meio que viabiliza o cumprimento da missão de uma empresa.
É por essa razão que temos empresas agrícolas com objetivos distintos entre si. Uma fazenda de gado, por exemplo, tem metas bem diferentes de uma lavoura de cana de açúcar.
Como garantir, então, que essas metas sejam atingidas, gerando valor e satisfação para os clientes e, em consequência, lucratividade?
É nessa parte que a importância da gestão no agronegócio se revela.
Uma empresa, seja na cidade ou no campo, jamais se manteria rentável sem controle e previsibilidade.
No meio rural, no qual fatores como clima, pragas e vetores podem arruinar toda uma produção, é ainda mais importante se dedicar à gestão do negócio de forma profissional.
Esse é, portanto, o papel do gestor.
Ou seja, ele cuida das empresas agrícolas, ajudando-as a se manterem fortes e saudáveis financeiramente, mesmo com muitos obstáculos em jogo.
O que faz um gestor de agronegócio?
Para facilitar o entendimento sobre o papel do gestor de agronegócio, considere a rotina de uma lavoura dedicada ao cultivo de laranja que tem a finalidade de produzir suco para exportar.
Até a abertura de uma caixa de suco na mesa de um consumidor na Europa, Ásia ou Estados Unidos, incontáveis atividades precisam ser coordenadas.
Tudo começa pela preparação do terreno para o plantio, passando pelo cultivo, colheita, processamento e industrialização do suco extraído.
Depois disso, tem ainda toda a complexa operação de exportação, que envolve o transporte do produto até os portos e daí para o estrangeiro.
Consegue imaginar todas essas atividades dando certo sem a figura de um gestor preparado?
Certamente, existem formas mais simples de atuar no agronegócio, mas, em todas elas, a necessidade de gestão é a mesma.
Afinal, há também uma demanda interna a ser suprida pelo setor agropecuário.
Atuar internamente implica lidar com impostos como o ICMS e o próprio gigantismo do território brasileiro com todos os seus problemas de transporte e infraestrutura.
Afinal, é muito comum que a produção agrícola de um estado seja destinada à venda e consumo em outros.
Impostos, logística, importação e exportação são alguns dos componentes presentes no dia a dia do gestor de agronegócio.
Para quem gosta de desafios, esse é o setor certo!
Mercado de trabalho na gestão de agronegócios

No meio agropecuário, costuma-se dizer que tem o pessoal que trabalha do lado de dentro da porteira e o que trabalha de fora, embora todos atuem em prol dos mesmos objetivos.
Do lado de dentro, estão engenheiros agrônomos, médicos veterinários, geneticistas, zootecnistas e biólogos, entre outros especialistas.
O gestor de agronegócios, portanto, faz parte da turma que trabalha além da porteira. Junto a ele estão os contadores, advogados e até estatísticos.
A partir desse overview, não é difícil entender porque a demanda por gente qualificada é tão grande no setor agrícola.
Não por acaso, o setor agropecuário foi o principal impulsionador para que o mês de junho deste ano tivesse a melhor performance desde 2013 na geração de empregos.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nesse período, o agronegócio gerou um total de 22,7 mil vagas.
A oferta de trabalho é, de fato, muito grande, ainda mais se considerarmos que o gestor de agronegócio pode atuar em diversos setores além das empresas agrícolas.
Possibilidades de carreira
Quem se especializa em gestão de agronegócios vê, pela frente, diversas opções para seguir carreira.
Por mais que a demanda principal esteja concentrada nas empresas agrícolas, há segmentos e setores que devem ser considerados para quem pretende ingressar na área.
Claro que tudo depende das aptidões, preferências, metas individuais e até da própria conveniência.
É normal escolher uma função em virtude das condições atrativas. E não há mal nenhum nisso.
O importante é avaliar bem as chances de antes de tomar uma decisão.
Veja a seguir quais são as possibilidades de carreira para quem se forma em gestão de empresas agrícolas.
Serviço público
As empresas ligadas ao agronegócio podem ser privadas ou públicas.
Neste setor, a maior do país é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), ligada ao Ministério da Agricultura.
Embora desde 2009 não sejam abertos concursos públicos para preenchimento de vagas, vale ficar de olho no site institucional em busca de uma oportunidade.
Nele, também são divulgadas vagas em estágios. Essas, sim, com bastante frequência e abrangência nacional.
No estado de São Paulo, um órgão público que também abre vagas em concursos com certa assiduidade é a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
Se você busca pela segurança de um emprego estável, então, não deixe de acompanhar as notícias dessas instituições.
Área acadêmica
O estímulo à pesquisa no agronegócio encontra, hoje, amplo respaldo governamental.
Prova disso foi o recente anúncio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) de um programa de incentivo para estudos na área.
Outra iniciativa voltada ao desenvolvimento da inovação e pesquisa vem do programa TechStart, com apoio da EMBRAPA e Venture Hub.
Na verdade, trata-se de um programa de aceleração de AgTechs, como são chamadas as startups ligadas ao agronegócio.
Apoio não falta para quem tem uma boa ideia e capacidade de tirá-la do papel.
Setor privado
Como você agora já sabe, a iniciativa privada ligada ao agronegócio é o motor do desenvolvimento no Brasil.
As empresas brasileiras que atuam nesse segmento apresentam números e performance dignas das maiores multinacionais do mundo.
Sendo assim, as possibilidades de carreira no setor privado são tão boas quanto no público.
Veja, por exemplo, a lista divulgada em 2018 pela revista Forbes, na qual constam as 50 melhores empresas de agronegócio do Brasil.
Se você já busca por uma oportunidade, não deixe de acessá-la depois que terminar de ler este artigo.
Terceiro Setor
O terceiro setor é composto por empresas e entidades privadas que, aliadas ao setor público, promovem iniciativas de caráter social e/ou inclusivo.
Esse é outro segmento no qual um gestor de agronegócios pode vir a atuar.
Se você tem interesse em projetos sociais, então, vale a pena ficar de olho.
Uma boa oportunidade para conhecer melhor as articulações entre agronegócio e terceiro setor é o VII Fórum Nacional de Inovação em Agronegócios no Brasil.
Promovido pelo Instituto Brasileiro de Ação Responsável, tem como instituições parceiras o Congresso Nacional e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Cargos complementares e de apoio à gestão de agronegócios
Embora seja uma carreira voltada para fora da porteira, a gestão de agronegócios exige visão global sobre todos os aspectos da produção agrícola.
Tal como se exige dos gestores em empresas urbanas, no setor agrícola é indispensável visão holística.
Isso implica compreender, pelo menos na teoria, como se desenvolvem as atividades de campo.
Considerando que esse é um setor praticamente imune a crises, não surpreende que haja tantas opções em termos de carreira e salários atraentes.
Conheça agora algumas das funções complementares e de apoio à gestão no segmento agro e descubra o que elas fazem e a formação adequada para cada uma delas.
Os dados sobre salários e perfis têm como referência o portal Catho.
Engenheiro agrícola
A operação dentro das empresas no campo é estruturada a partir das análises e estudos de viabilidade feitas pelo engenheiro agrícola.
Ele é o especialista que dá conta de implementar técnicas, equipamentos e a infraestrutura necessária para a produção e armazenagem de gêneros e produtos.
A construção de sistemas de irrigação do solo e drenagem é de competência desse profissional.
Assim sendo, os processos no agronegócio têm como base os parâmetros estipulados conforme a capacidade de produção, terreno e recursos disponíveis.
O engenheiro agrícola também cuida da mecanização das atividades no campo, responsabilizando-se ainda pela construção de estruturas como barragens e açudes.
- Média salarial: R$ 4.693,96
- 20% têm mestrado
- 42% têm nível intermediário de inglês.
Gerente de unidades agrícolas
O gerente de unidades agrícolas, ou apenas gerente agrícola, é o profissional intermediário que tem como função principal administrar unidades produtivas.
Ele atua como um elo entre o setor produtivo e a distribuição, planejando a execução do plantio em parceria com engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas.
Dessa forma, cabe a ele cuidar do orçamento anual e de gerir as operações para assegurar o escoamento de produtos até a chegada ao consumidor final.
É seu papel acompanhar as rotinas de plantio e colheita, garantindo assim que os custos estejam dentro do estipulado, além das melhores práticas de manejo.
- Média salarial: R$ 3.628,73
- 20% têm MBA
- 24% têm nível intermediário de inglês
- 62% são graduados em agronomia.
Classificador de Grãos
Milho, soja, laranja e café são alguns dos gêneros com que um classificador de grãos pode trabalhar.
Cada um deles com condições distintas para plantio e armazenagem.
Portanto, é indispensável identificar se as quantidades de sementes destinadas ao cultivo estão adequadas.
Essas são as funções básicas do profissional, que deve ser formado em agronomia ou que tenha curso técnico agrícola.
É exigido ainda uma formação específica para o exercício da profissão credenciado pelo Ministério da Agricultura.
A classificação de grãos é uma atividade que requer olho clínico e conhecimento sobre as medidas exatas para aferir o grau de pureza e estado dos grãos em análise.
Cada gênero agrícola conta com um especialista. Por isso, essa é uma carreira repleta de ramificações e especialidades.
- Média salarial: R$ 1.357,18
- 24% têm graduação
- 33% são graduados em agronomia.
Técnico em Agropecuária
As atividades de gestão e de engenharia não poderiam ser plenamente executadas sem os olhos e os braços do técnico em agropecuária.
Esse especialista é responsável pela aplicação das técnicas sob orientação do engenheiro e devem zelar pelo cumprimento do orçamento estipulado pela gestão.
O técnico em agropecuária é quem faz o acompanhamento do preparo do solo e de defensivos agrícolas, auxiliando a gerir e planejar atividades diversas no campo.
Ele tem um papel extremamente importante na operação, já que uma de suas funções é conduzir máquinas e veículos agrícolas.
Também é fundamental para garantir que as práticas de cultivo e colheita sejam sustentáveis e, assim, assegurar a conservação dos biomas, mananciais e reservas florestais.
- Média salarial: R$ 1.992,43
- 46% são graduados
- 33% são graduados em agronomia
- 5% têm inglês intermediário.
Salário do gestor de agronegócios
A gestão de agronegócios, como é possível notar, não é realizada sem um corpo técnico e um time de especialistas.
Nesse caso, o poder de decisão do gestor é sempre compartilhado, tendo em vista as muitas variáveis envolvidas no contexto operacional.
São algumas razões que justificam a média salarial relativamente alta para essa função.
O portal Trabalha Brasil divulga algumas referências de salários médios pagos em empresas de todos os níveis.
Veja só:
Porte da Empresa | Trainee | Júnior | Pleno | Sênior | Master |
Pequena | R$ 2.798,84 | R$ 3.638,49 | R$ 4.730,04 | R$ 6.149,05 | R$ 7.993,77 |
Média | R$ 4.198,26 | R$ 5.457,74 | R$ 7.095,06 | R$ 9.223,58 | R$ 11.990,65 |
Grande | R$ 6.297,39 | R$ 8.186,61 | R$ 10.642,59 | R$ 13.835,37 | R$ 17.985,98 |
Cursos de gestão de agronegócios

A carreira de gestor de agronegócios, como as outras ligadas ao setor, pode ser exercida por profissionais formados em agronomia.
Na UPIS, você pode ingressar nessa fascinante carreira cursando o nosso bacharelado com duração de quatro anos.
No curso, você aprende a lidar com gestão de maquinários, de insumos e de instalações no campo, além de ter contato com outras técnicas.
Também se torna um especialista no manejo da produção vegetal e animal, biotecnologia vegetal, gestão da agroindústria de alimentos e da cadeia produtiva.
E se você já é formado e precisa adquirir conhecimento ainda mais aprofundado, então, nossa dica é o curso de pós-graduação em gestão de agronegócios.
Nele, você se capacita a utilizar o conhecimento sobre configuração e dinâmica do agronegócio para atuar nas empresas rurais.
Além disso, se habilita a trabalhar em órgãos governamentais e instituições que possam estar ligadas ao setor.
A quem se destina
Profissionais de nível superior que atuam em consultoria, assistência técnica e planejamento agrícola e ambiental têm o perfil indicado para o curso de gestão de agronegócios.
Ele também é recomendado para quem trabalha na produção agrossilvipastoril – árvores associadas com cultivos agrícolas e atividade pecuária -, na indústria e no comércio de insumos, além de empresas públicas e privadas e também como autônomo.
Engenheiros agrônomos, agrícolas, ambientais, florestais e profissionais de nível superior de áreas afins também ganham ao agregar essa formação em seus currículos.
Grade curricular
A grade curricular do curso é composta pelas seguintes disciplinas e tempo de duração:
Disciplina | Carga Horária |
Formação de Líderes | 60 |
Planejamento Estratégico | 30 |
Implementação, Difusão, Transferência e Validação de Novas Tecnologias | 30 |
Simulação de Negócios | 30 |
Sistemas de Gestão da Qualidade | 30 |
Agregação de Valor no Mercado | 30 |
Certificação e Rastreabilidade | 30 |
Administração Rural e Gestão de Projetos | 30 |
Economia Rural | 30 |
Mercado de Futuros e Derivativos Agropecuários | 30 |
Marketing em Agronegócio | 30 |
TOTAL | 360 |
Conclusão
Esperamos que tenha gostado do que viu neste artigo.
O agronegócio é um setor da economia brasileira praticamente “blindado” contra a recessão.
Mas, por outro lado, é um mercado de trabalho bastante competitivo, em função dos salários acima da média e da própria solidez da carreira.
Dessa forma, quem quer se destacar no ramo precisa de uma boa formação, que seja capaz de qualificar o profissional a enfrentar os desafios do setor agropecuário.
Isso vale para quem ainda nem começou a faculdade e para os que já estão inseridos no mercado, tanto dentro quanto fora da porteira.
Nesse caso, a UPIS – Faculdades Integradas é a instituição certa para você começar uma carreira de sucesso.
Caso tenha dúvidas ou queira saber ainda mais, deixe um comentário.
Ou, se preferir, faça contato com a gente!