A radiologia veterinária é um campo muito interessante da saúde animal.
Interessante e importante, vale dizer, assim como é o diagnóstico por imagem para a nossa saúde.
Inclusive, ela exerce o mesmo papel preventivo e de investigação de problemas, só que nos animais.
Na verdade, os exames nos bichinhos vão muito além do raio-x, da ressonância magnética, da tomografia computadorizada e outros tipos de diagnóstico por imagem.
A radiologia veterinária também abarca, por exemplo, a radioterapia e a medicina nuclear.
Ou seja, todo animal, seja ele doméstico ou selvagem, de grande ou pequeno porte, pode ter à disposição todos os recursos que nós humanos temos para cuidar da saúde.
E para quem vai atuar na medicina veterinária, esse é um conhecimento indispensável.
Por isso, não deixe de acompanhar este artigo até o final para saber tudo sobre a radiologia veterinária.
A partir de agora, vamos trazer mais detalhes sobre a área, incluindo sua história, como são realizados os exames e também as características desse mercado de trabalho.
Boa leitura!
O que é radiologia veterinária?

A radiologia veterinária é uma área da Medicina Veterinária que se destina ao diagnóstico de doenças e outras anormalidades em animais. Para tanto, se vale de exames de imagem, com ou sem a aplicação de radiação ionizante.
Ao contrário de nós, seres humanos, que podemos chegar a uma consulta e dizer ao médico exatamente o que estamos sentindo, os animais não conseguem se comunicar desta forma.
E é justamente aí que entra a importância da radiologia veterinária. Cabe aos profissionais de Medicina Veterinária interpretar os sintomas e realizar exames para tentar descobrir o problema.
Logo, podemos definir a radiologia veterinária como uma facilitadora, que ajuda na prevenção, no diagnóstico e tratamento de doenças em animais de diferentes portes.
Sim, não é somente um gatinho que pode ser submetido a um ultrassom em uma clínica próxima da sua casa, por exemplo.
Mesmo uma girafa com problema na coluna também pode realizar uma ressonância magnética.
Quando se realiza um diagnóstico por imagem, é possível ter a dimensão exata do problema.
Caso seja necessária uma intervenção cirúrgica, a precisão dos exames será fundamental para o sucesso do procedimento.
Mas mesmo que o prognóstico não seja tão grave ou recomende-se uma atuação mais incisiva, a radiologia veterinária vai orientar qual é o tipo de tratamento mais adequado ao caso em questão.
História da radiologia veterinária
A radiologia veterinária tem uma história relativamente recente.
Até porque o raio-x só foi descoberto no final do século XIX, mais precisamente em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen.
Embora na época já haviam relatos de experimentos com animais, demorou muito para que estudos mais aprofundados fossem divulgados.
O uso disseminado do diagnóstico por imagem veterinário foi ainda mais lento.
Para se ter uma ideia, o primeiro evento internacional envolvendo a radiologia veterinária só ocorreu em 1968, em uma conferência em Dublin, na Irlanda.
Mais do que trazer grandes descobertas e feitos, concluiu-se que, na verdade, os procedimentos causavam mais danos aos aplicadores do que benefícios aos pacientes.
A sequência de marcos para a área acompanhou, de certa forma, o desenvolvimento da radiologia em seres humanos.
A tomografia computadorizada começou a ser usada na medicina convencional no início dos anos 1970. Já a utilização dela nos animais deu seus primeiros passos somente na década seguinte.
Algo similar aconteceu com os exames de ressonância magnética. Os humanos fizeram seus primeiros testes no final da década de 1970.
Os animais, apesar de terem sido submetidos algumas vezes a essa inspeção no mesmo período, só foram usar as máquinas de maneira mais objetiva no final do século.
Hoje em dia, no entanto, não somente esses exames de diagnóstico por imagem comuns, como também a medicina nuclear e a radioterapia mostram-se mais acessíveis e conectadas à radiologia veterinária.
É possível dizer que, atualmente, qualquer problema que um animal venha a ter será investigado por meio de um exame específico. E isso trará as respostas que seu dono procura.
Ou seja, a mesma atenção que você receberia pode ser estendida a ele.
Como são realizados os exames na radiologia veterinária?

Os exames na radiologia veterinária não são muito diferentes daqueles usados pela convencional.
Os equipamentos são praticamente os mesmos de tomografias, ultrassons, raios-x, ressonâncias magnéticas, radioterapias e medicina nuclear.
É claro que a escolha pelo exame a ser utilizado cabe ao especialista, e ele pode levar em conta, além da suspeita para o diagnóstico, o método de mais fácil de aplicação.
Você, provavelmente, conhece um caso de alguém que precisou ser sedado para realizar algum procedimento.
Pessoas com claustrofobia, por exemplo, têm dificuldades de ser submetidas ao exame de ressonância magnética de crânio ou coluna, pois necessitam ficar presas em um local fechado.
A mesma lógica vale para os animais.
Por isso, não é raro que veterinários utilizem, primeiramente, o raio-x, que pode se valer de aparelhos portáteis e ser aplicado tanto em cachorros quanto em elefantes – independentemente do porte do animal.
Além disso, existem métodos de contenção específicos para os bichos.
Há uma série de técnicas e recursos que podem auxiliar o procedimento nesse sentido e fazer com que o paciente fique na posição adequada durante o exame.
Assim, o veterinário evita que os procedimentos sejam refeitos sem necessidade e que ele próprio se machuque durante a aplicação.
Existem duas maneiras de buscar conter um animal: física e quimicamente.
Na primeira, como o próprio nome já diz, é usada a força física para segurar o bicho. O profissional pode se utilizar de subterfúgios também, como acessórios específicos.
Focinheiras, ganchos, argolas de fixação e laços são os recursos mais utilizados no caso do paciente estar mais agitado.
Procedimentos mais invasivos, como radioterapia, ou mais desconfortáveis, como a ressonância magnética, podem exigir uma contenção química.
Isso nada mais é do que a administração de medicamentos sedativos no animal.
A aplicação pode se dar por diferentes vias, como venosa, oral e intramuscular.
Diagnóstico na Radiologia Veterinária
A partir da realização dos exames de imagem, radioterapia e medicina nuclear, é possível dar com precisão o diagnóstico da condição do paciente.
A sensibilidade do veterinário, bem como os relatos do tutores dos animais, também é fundamental nessa hora.
Quanto mais rápido for descoberto o problema, maior a possibilidade de efetividade no tratamento e, consequentemente, as chances de cura do mal descoberto.
Medicina Nuclear na Radiologia Veterinária
Existem procedimentos na radiologia veterinária que vão muito além do diagnóstico. É o caso da medicina nuclear.
Em relação ao diagnóstico, ela é muito importante, já que permite que o profissional visualize com precisão a anatomia e a fisiologia dos bichinhos.
Mas, assim como acontece com os humanos, ela também oferece a chance de tratamentos específicos.
Um mal comum que atinge os gatos, por exemplo, é o hipertireoidismo.
Para tratar esse problema hormonal que acelera o metabolismo, o veterinário pode usar a iodoterapia, recurso da medicina nuclear.
Entre os exames mais conhecidos da medicina nuclear em animais se destacam os cintilográficos.
São procedimentos que possibilitam a análise aprofundada de determinado tecido com o auxílio de um radiofármaco (químico que tem elemento radioativo associado).
Também é aplicável a casos da cintilografia óssea, renal e pulmonar, por exemplo.
No caso da iodoterapia, normalmente, é utilizado o radiofármaco Iodo-131.
Na prática, o elemento vai emitir uma série de radiações gama, produzindo pontos luminosos que aparecerão na tela do equipamento de exame.
Radioterapia na Radiologia Veterinária

O câncer também é uma doença que ataca os animais assim como nós, homens e mulheres.
Os animais de pequeno porte e já com uma certa idade são mais propensos a desenvolver diferentes tipos de neoplasias malignas.
A principal arma de combate aos tumores é a radioterapia.
Especialmente quando o diagnóstico é precoce e preciso, as chances de o paciente se curar são maiores.
A radioterapia, no entanto, necessita de todo um planejamento para ser colocada em prática.
Primeiro, é feita uma análise completa da situação fisiológica do animal.
Depois, é realizada uma bateria de exames de diagnóstico por imagem para definir o local exato do tumor e o seu tamanho.
Só, então, o veterinário dá o aval ou não para o início do procedimento.
Como se pode ver, não é nada muito diferente do que acontece com os humanos
Cirurgias também não estão descartadas, conforme o caso.
Se o tratamento for bem-sucedido, o animal pode recuperar o bem-estar e voltar a viver normalmente.
Posicionamentos na radiologia veterinaria
Se você quiser se tornar um radiologista veterinário ou ajudar o especialista durante a aplicação do exame, é importante conhecer os posicionamentos mais comuns do diagnóstico por imagem.
Separamos, primeiramente, as nomenclaturas mais comuns. Depois, as posições mais solicitadas durante os exames.
Confira!
- Caudal: se refere às partes de trás da cabeça e do pescoço, voltadas para a cauda do animal
- Craniana: é o contrário da caudal, ou seja, se refere às partes do pescoço, tronco e rabo virado para a direção da cabeça
- Distal: tem a ver com tudo o que está distante do centro do corpo. Por isso, distal. As extremidades dos membros superiores e inferiores são bons exemplos
- Dorsal: remete à parte de trás do nosso corpo, isto é, tudo que é oposto ao ventre/ventral
- Palmar: é como se fosse a nossa palma da mão
- Plantar: é equivalente à nossa planta do pé. Logo, corresponde às patas traseiras do animal
- Proximal: extremidade de um membro ou outra parte mais próxima ao ponto de fixação
- Rostral: tudo que está em direção à cabeça ou ao focinho do animal
- Arcadas superior e inferior: são os dentes dos animais, sejam na arcada de cima ou na de baixo
- Ventral: oposto ao dorsal. Abdômen, por exemplo.
Agora vamos falar sobre os posicionamentos mais conhecidos:
- Látero lateral: o animal fica deitado de lado na maca. É a posição usada na grande maioria dos exames, como nas radiografias de intestinos, aparelho urinário e de tórax
- Dorsoventral: o animal fica deitado de barriga para baixo e com o queixo apoiado na maca. A posição também é bastante comum em exames de abdômen e coluna vertebral
- Látero lateral oblíqua de boca aberta: o animal fica deitado de lado na maca, mas com a cabeça apoiada em uma superfície, formando um ângulo oblíquo, e com a boca aberta. Usada em exames odontológicos
- Látero lateral oblíqua de boca fechada: procedimento igual ao anterior, mas com a boca fechada. Utilizado em exames odontológicos para observar a mordida do animal, por exemplo
- Frontal: animal deitado com as costas apoiadas na maca e com a cabeça alinhada, com o nariz apontado para cima. Posicionamento usado em ressonâncias magnéticas de coluna cervical.
Como é o mercado de trabalho na radiologia veterinária?

Por se tratar de uma especialização relativamente nova no mercado, a radiologia veterinária ainda tem muito a crescer.
Até mesmo devido a isso, é um nicho interessante a ser seguido, uma vez que ainda há poucos profissionais gabaritados para atuar na área.
Outro ponto positivo é que a radiologia veterinária (que já é uma pós-graduação) possibilita recortes ainda mais específicos.
Você pode, por exemplo, especializar-se em ultrassonografia ou em radioterapia.
O ponto crucial, na verdade, assim como em qualquer profissão, é gostar do que você faz.
Se você sente prazer ao cuidar de animais, tem interesse pela pesquisa e sede por conhecimento, pode se dar muito bem ao seguir essa carreira.
Afinal, clientes em potencial não faltam, uma vez que o Brasil possui a quarta maior população de pets do mundo.
São cerca de 132,4 milhões de cães, gatos, aves, peixes e outros animais que estão no território nacional, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
No fim das contas, quem é tutor de um pet sabe o quão importante eles são e quanto merecem a nossa atenção e os nossos cuidados.
E, neste caso, estamos falando apenas dos bichinhos domesticados, sem levarmos em conta a pecuária e os animais de criação, direta ou indiretamente voltados ao agronegócio, como o gado leiteiro e de corte.
Como trabalhar com radiologia veterinária
Para trabalhar com radiologia veterinária, em primeiro lugar, você precisa se especializar na área.
No mercado, existem diversas opções de cursos de pós-graduação que oferecem a formação necessária.
Na UPIS – Faculdades Integradas, você conta a tradição e a referência de uma instituição com quase meio século de existência.
Além disso, são 54 opções de especialização em 12 áreas distintas de conhecimento.
Mas para ficar no tema deste artigo, que é o ramo da radiologia veterinária, destacamos que temos dois cursos de pós-graduação exclusivos: radiologia para cães e gatos e ultrassonografia em animais de companhia.
Vamos saber mais sobre eles?
Pós-graduação em radiologia para cães e gatos
O curso é uma bela alternativa para profissionais que desejam se especializar no diagnóstico por imagem em pequenos animais.
Por se tratar de uma área na qual não param de surgir novas tecnologias, é importante que o veterinário esteja sempre se atualizando para oferecer o melhor atendimento aos pets.
Com 360 horas, a pós-graduação em radiologia para cães e gatos da UPIS conta com uma grade curricular completa, composta por disciplina teórico-práticas e todo o conteúdo necessário para que você se torne um verdadeiro expert no assunto.
Pós-graduação em ultrassonografia em animais de companhia
Outra alternativa que UPIS oferece aos veterinários é o curso de pós-graduação em ultrassonografia em animais de companhia.
Essa é uma especialidade importantíssima.
Afinal, é necessário muito conhecimento para operar os equipamentos que precisam ser utilizados no exame, bem como determinar o seu uso mais correto.
O ultrassom não é recomendado, por exemplo, em casos de análise pulmonar, mudanças músculo-esqueléticas e articulares em animais de pequeno porte.
Assim como a formação citada previamente, esse curso também conta com 360 horas e uma grade curricular diferenciada, com enfoque nas patologias ultrassonográficas, na física do som e na formação de imagens.
Comece a investir na sua carreira! Acesse agora mesmo o nosso site, conheça essas e outras opções de capacitação profissional e corra atrás de seus objetivos.
Conclusão
A radiologia veterinária é uma área em desenvolvimento, mas que já traz resultados práticos positivos no que diz respeito à prevenção e ao diagnóstico, acompanhamento e tratamento de doenças em animais.
Vimos, por meio da sua história, as etapas que essa especialização tem passado, sempre com muito cuidado para atender às expectativas e novas tecnologias.
Se, hoje, é possível tratar doenças complexas, como o câncer na radioterapia, e usar técnicas avançadas, como a medicina nuclear, é porque, no passado, com o advento do raio-x, uma sementinha foi plantada.
A nossa torcida é para que, assim como na radiologia tradicional, a veterinária continue evoluindo e trazendo mais alternativas para o tratamento da saúde animal.
Mas e você, já conhecia a radiologia veterinária? Quais são as suas expectativas quanto a essa área?
Esperamos que tenha achado este artigo relevante e aprendido um pouco mais sobre o tema.
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Tire suas dúvidas, elogie, critique e sugira temas. Sua participação faz toda a diferença.
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