Quando você ouve o termo sustentabilidade, o que exatamente vem à sua mente?
Práticas como reciclagem, a realização de coleta seletiva, economizar recursos naturais?
Você não está errado, mas saiba que há muito mais por trás desse conceito.
Extremamente abrangente, a sustentabilidade abrange áreas diversas, além de se fazer presente em variadas situações do nosso dia a dia.
Costumamos sempre relacionar a sustentabilidade apenas ao meio ambiente, mas a sua concepção ultrapassa esses limites.
Ela vai além das questões ecológicas, podendo ser aplicada aos mais diversos tipos de recursos.
Então, se você quer entender tudo sobre o assunto e descobrir o que realmente é a sustentabilidade, seus diferentes tipos e práticas, está no lugar certo.
Continue a leitura!
O que é sustentabilidade?
Em primeiro lugar, vamos entender o que é o conceito de sustentabilidade.
Ele é baseado, principalmente, no desenvolvimento de alternativas ecologicamente corretas, economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas.
Ou seja, podemos dizer que a sustentabilidade está diretamente relacionada à conservação ou à manutenção de uma realidade a longo prazo, que é a capacidade de manter-se, lidando de forma saudável com possíveis ameaças.
Muito utilizada no aspecto ambiental, esse conceito diz respeito a possibilitar que as gerações atuais e futuras encontrem condições necessárias para a sobrevivência.
Já quando falamos em biologia, o termo sustentabilidade está diretamente relacionado com a capacidade dos ecossistemas de se regenerar, tendo em vista o uso exagerado dos recursos naturais ou desastres, como deslizamentos de terras, terremotos, erupções vulcânicas, entre outros.
Na área econômica, o seu conceito começou a ser utilizado como um adjetivo para desenvolvimento, principalmente devido ao novo padrão de produção e consumo que surgiu ao longo do século XX.
Foi em 1972, após a realização da Conferência de Estocolmo, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que a sustentabilidade também ganhou um cunho social.
Na oportunidade, após discussões sobre a ocorrência de chuvas ácidas nos países nórdicos, a Suécia propôs a realização de uma conferência mundial com o objetivo de reduzir a emissão na atmosfera dos gases que eram responsáveis por esse fenômeno.
Mas o que isso tem a ver com a questão social?
É porque, após tensas discussões sobre o tema, principalmente entre os países desenvolvidos, foi criada uma comissão técnica que, em 1973, lançou o relatório Only one Earth.
Nesse documento, pela primeira vez, ocorreu a inclusão da dimensão social dentro do conceito de sustentabilidade.
Bem, agora que você já sabe um pouco mais sobre o conceito de sustentabilidade, é momento de responder à questão: qual a sua importância?
Qual a importância da sustentabilidade?
Na última década, os dois grandes temores da humanidade eram a possibilidade de um choque de um enorme meteorito contra o planeta Terra ou a eventual eclosão de uma guerra atômica – principalmente após o término da Segunda Guerra Mundial e início da Guerra Fria.
Mas, atualmente, devido ao uso inconsequente dos recursos naturais, o aquecimento global, o aumento do consumo e o modo de produção das nações, o medo de desastres ambientais ou econômicos têm ganhado enfoque.
Isso porque a atividade humana tem contribuído para uma série de cenários nocivos, tais como:
- O desaparecimento de espécies animais e vegetais
- A redução das áreas de mata
- O aumento da temperatura global
- O aparecimento de novas doenças
- O desenvolvimento de superbactérias
- A supressão de culturas milenares.
Tudo isso mostra que a sustentabilidade possui um papel de grande importância.
É o de garantia de recursos naturais, econômicos, sociais e culturais para as próximas gerações.
Ou seja, essa é uma área que surgiu e ganha força para fazer com que a geração atual repense seus padrões de produção e consumo.
O que é o tripé da sustentabilidade?

O tripé da sustentabilidade, também chamado de triple bottom line, foi proposto na década de 1990, quando John Elkington citou o conceito dos três pilares em seu livro Sustentabilidade – Canibais com garfo e faca.
Formado pelos aspectos ambientais, econômicos e sociais, o tripé da sustentabilidade considera que eles devem estar estritamente ligados e relacionados de forma abrangente.
Existem discussões na comunidade internacional para que sejam incluídos novos pilares, como o cultural e o tecnológico, para que o conceito seja ainda mais completo.
Mas, no momento, vamos detalhar os três que já fazem parte do tripé:
Ambiental
Esse é o pilar que se refere a todas as condutas e ações que possuam, de forma direta ou indireta, algum impacto no meio ambiente a curto, médio ou longo prazos.
Nele, se destacam as condições de produção e consumo, mas com o viés de assegurar a autoregeneração do meio ambiente, respeitando os limites biológicos de recuperação dos ecossistemas que são afetados.
Isso porque todos sabemos que qualquer atividade produtiva gera impactos no meio ambiente.
Então, o pilar oferece uma resposta a isso.
É ele quem objetiva minimizar os impactos ambientais e implementar ações e atividades que sejam uma forma de compensação ambiental, quando necessário.
Dessa forma, engloba tratamento dos efluentes e resíduos gerados na indústria, controle da emissão de gases poluentes, reflorestamento, apoio à comunidades afetadas pelas atividades industriais, entre outros.
Econômico
Já a dimensão econômica leva em conta, principalmente, a eficiência ecológica e ambiental, seja na indústria, no consumo e em serviços.
Ele foca na busca por maneiras para reduzir o consumo dos recursos naturais – especialmente dos combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.
Também para a melhor utilização de recursos como a água, sem que haja comprometimento no ritmo de crescimento econômico.
Ou seja, é a realização de investimento em novas tecnologias para tratamento de resíduos, reutilização de sobras da produção, maior controle e eficiência produtiva, utilização de fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, entre outros.
O recado é claro: o desenvolvimento econômico não deve acontecer às custas de um desequilíbrio nos ecossistemas ao redor.
Então, é preciso atuar tendo em vista a existência de uma harmonia nas relações estabelecidas – ambiental e social.
Social
O terceiro pilar diz que a sustentabilidade também deve abordar o lado social, contemplando as condições exigidas para que as populações tenham os recursos necessários para uma vida saudável e de qualidade.
Isso representa a garantia da disponibilidade de recursos naturais para as gerações futuras, além da redução ou erradicação da pobreza no globo.
Ele contempla a realização de ações de educação ambiental e responsabilidade social, atividades de promoção de saúde e bem-estar, de capacitação profissional, ajuda humanitária, incentivo à prática esportiva, diminuição da evasão escolar, além de programas de saneamento básico e desenvolvimento social.
Entenda os 4 tipos de sustentabilidade

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o que é a sustentabilidade, sua importância e seus pilares, iremos destacar seus principais tipos.
Os mais conhecidos são quatro: ambiental, social, empresarial e econômica.
Abaixo, conheça em detalhes cada um deles.
Sustentabilidade ambiental
Essa é a vertente que deu origem ao termo sustentabilidade.
Diz respeito à preservação e manutenção dos recursos naturais, com o objetivo de favorecer o consumo consciente para garantir que as necessidades das futuras gerações não sejam prejudicadas em decorrência dos desejos da geração atual.
Além disso, também compreende a redução da produção de resíduos que possam afetar direta ou indiretamente a qualidade do meio ambiente, impactando nos ecossistemas.
Sustentabilidade social
Tem como foco principal reduzir as desigualdades sociais, mantendo a harmonia e o equilíbrio entre todas as camadas que formam a sociedade.
Isso quer dizer que a sustentabilidade social preza pela manutenção de uma vida digna, na qual as populações tenham acesso à educação, saneamento básico, cultura, saúde e renda – que são as necessidades básicas do ser humano.
Além disso, leva em conta a influência que as ações tomadas hoje podem exercer nas futuras gerações, estando, assim, vinculada à estabilidade do padrão de crescimento e à melhor distribuição de renda.
Sustentabilidade empresarial
No caso da sustentabilidade empresarial, ela diz respeito ao conjunto de ações que uma organização realiza tendo como objetivo o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da sociedade.
São atividades e diretrizes que fazem parte não apenas do dia a dia dessas empresas, mas também do seu planejamento estratégico, estando dentro das ações de responsabilidade social.
Normalmente, são atividades que visam o seu desenvolvimento econômico, mas sem que haja impacto para o meio ambiente, além de ações de buscam a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
É um tipo de sustentabilidade de ganhou espaço nos últimos anos, principalmente por atraírem os consumidores, uma vez que as pessoas estão cada dia mais conscientes do peso ecológico e social das suas escolhas e atitudes.
Sustentabilidade econômica
O último tipo de sustentabilidade, a econômica, tem como fundamento principal a gestão responsável dos recursos naturais.
Ou seja, é aquela que propõe o desenvolvimento de novas metodologias, de formas de produção mais eficientes, de ações e atividades que consumam menos recursos, mas sem que haja um comprometimento do crescimento econômico.
Resumindo: ela engloba as práticas econômicas, financeiras e administrativas que objetivam o desenvolvimento econômico, criando empregos e produzindo de forma eficiente, mas tendo em vista a preservação do meio ambiente.
O que significa desenvolvimento sustentável?

Você, provavelmente, já ouviu falar muito sobre desenvolvimento sustentável, sendo algo importante para a manutenção dos ecossistemas do planeta e para que as próximas gerações possuam recursos para se desenvolver.
Mas sabe exatamente o que essa expressão significa?
Primeiro, vamos voltar para o ano de 1972, quando o Clube de Roma publicou o famoso documento Limits to Growth.
Essa publicação trazia conselhos e sugestões de ações para que os países industrializados começassem a promover uma desaceleração em seu crescimento e que as nações desenvolvidas reduzissem o avanço populacional.
Dez anos após a sua divulgação e a realização da Conferência de Estocolmo, foi verificado que os resultados das ações delimitadas ficaram abaixo do esperado.
Isso fez com que a ONU criasse a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente de Desenvolvimento (CMMAD).
Em 1987 ,essa comissão, produziu o conhecido relatório Our common future, que propôs uma agenda mundial para a mudança, buscando conciliar o desenvolvimento econômico à preservação do meio ambiente.
Foi então que surgiu a expressão desenvolvimento sustentável.
Neste relatório, o CMMAD, o definiu da seguinte forma:
“Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer suas próprias necessidades.”
Além disso, a comissão também considera que o termo leva em conta que as necessidades básicas das populações mais desfavorecidas devem ser atendidas como prioridade, assim como os recursos naturais devem ser limitados.
Dessa forma, ao juntar essa concepção ao desenvolvimento econômico, surge o desenvolvimento sustentável, que tem como objetivo o fim da pobreza, a redução da poluição ambiental e o menor desperdício na utilização dos recursos.
Com isso, é possível perceber que esse conceito acrescenta à sustentabilidade a noção de que é preciso existir uma responsabilidade ambiental, social e econômica entre as gerações, sendo também um conceito que integra a esfera ética.
Nesse sentido, diversas áreas começaram a incorporar esses princípios em suas atividades, o que possibilitou o surgimento de novos campos de conhecimento como a agricultura sustentável, o turismo sustentável e a sustentabilidade empresarial.
Tudo isso permitiu que o entendimento sobre o desenvolvimento sustentável se desenvolvesse ao longo dos anos e, em 1992, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Rio-92 ou Eco-92.
Ela foi o pontapé inicial para a criação de diversos acordos internacionais, cujo objetivo era o desenvolvimento sustentável, como o Protocolo de Kyoto, a Agenda 21 e a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Foi a partir da Rio-92 que empresas e países começaram a se engajar com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.
Mas esse não é um movimento que possui 100% de adesão e engajamento, tanto que os Estados Unidos não ratificaram o Protocolo de Kyoto e, em 2017, ainda se retiraram do Acordo do Clima de Paris.
Por outro lado, no âmbito empresarial, já existem muitas organizações que aderiram ao desenvolvimento sustentável.
Tanto que muitas realizam relatórios corporativos de tempos em tempos para demonstrarem o seu comprometimento.
São medições voluntárias.
Porém, na Europa Ocidental, 68% das multinacionais produzem esse documento.
Nos Estados Unidos, esse número cai para 41%.
Exemplos de práticas sustentáveis para você se inspirar

O conceito de sustentabilidade é bastante amplo, não é mesmo?
E, como foi possível perceber ao longo deste artigo, ele pode ser aplicado nas mais diversas formas, sejam elas individuais, locais ou globais.
Então, que tal se inspirar com alguns exemplos do que cada um pode fazer? Confira!
Ações individuais
Segundo relatório da ONU de 2017, já somos mais de 7,6 bilhões de pessoas no mundo.
Então, se cada um fizer a sua parte, é possível contribuir para a sustentabilidade do planeta.
Ações individuais de conscientização ou de pequenas mudanças de hábitos de consumo já podem fazer a diferença.
- Evitar o uso de sacolas plásticas
- Realizar a reciclagem de materiais
- Economizar água
- Adotar o transporte coletivo, transportes alternativos – como a bicicleta – ou praticar a carona solidária
- Praticar a coleta seletiva ao separar o seu lixo
- Utilizar lâmpadas fluorescentes.
Ação comunitária
São aquelas atividades que buscam alcançar mais pessoas, ou seja, que podem ser realizadas por empresas, instituições, associações de bairro, entre outras organizações.
Veja alguns exemplos de ações:
- Implementação de painéis solares
- Desenvolvimento de atividades econômicas relacionadas ao local, como turismo ecológico
- Criação de hortas comunitárias
- Reflorestamento de pequenas áreas
- Abertura de microcrédito para a comunidade.
Ações globais
Atividades ou projetos voltados para o desenvolvimento sustentável que sejam implementados em países ao redor do globo, podem ter um grande alcance.
Ou seja, são ações que podem impactar e beneficiar diversas comunidades, nos mais diferentes territórios.
Algumas dessas iniciativas podem ser:
- Desenvolvimento de novas tecnologias, voltadas para o uso de fontes energéticas renováveis
- Ações de preservação da biodiversidade e dos ecossistemas
- Criação de unidades de conservação
- Investimentos e melhorias no saneamento básico
- Medidas de combate às mudanças climáticas e ao aquecimento global
- Controle da urbanização.
Conclusão
Ao longo do artigo, foi possível entender a importância que a sustentabilidade possui no mundo atual e também os desafios que ela enfrenta.
Mesmo conquistando cada dia mais espaço nas empresas, nos governos e, até mesmo, na sociedade, sabemos que ainda há muito a ser feito.
Com o atual ritmo de produção e consumo, os reveses na área ambiental e o aumento do aquecimento global, será difícil conseguir garantir recursos naturais suficientes para que as próximas gerações tenham uma vida digna e de qualidade.
Nesse sentido, a importância do tripé da sustentabilidade torna-se cada dia mais essencial.
A partir deles, é possível ter uma base para desenvolver ações e atividades a nível individual, local e global que podem ajudar a reverter esse cenário.
Por meio da implementação de novas políticas ambientais, de acordos entre nações e, até mesmo, pequenas ações individuais e comunitárias realizadas localmente, será possível minimizar os impactos causados pela atividade humana.
Conscientizar a atual e as novas gerações sobre a necessidade da responsabilidade social é um passo de grande valia para que os graves problemas que cercam o tema da sustentabilidade possam ser resolvidos.
Então, se você ainda tem alguma dúvida sobre o tema, não se preocupe! Deixe o seu questionamento no espaço para comentários que responderemos em breve.
Ou, se preferir, faça contato conosco.
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